Regionais : Apagão deixou quase um milhão consumidores sem energia no Acre e Rondônia
Enviado por alexandre em 23/08/2024 10:53:17

Queda de energia atingiu 75% das unidades consumidoras no Acre e 84% em Rondônia. MME investiga causa do apagão e mobiliza forças para restabelecer fornecimento. O blecaute ocorreu em meio a uma das mais intensas ondas de calor do ano, com temperaturas próximas dos 40°C.

Nesta quinta-feira (22), um apagão afetou quase 800 mil consumidores nos estados do Acre e Rondônia. O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que o problema foi provocado por um “evento externo” no Sistema Interligado Nacional (SIN). Apesar do incidente, a pasta assegurou que as “condições de atendimento do sistema elétrico brasileiro permanecem confiáveis em todo o território nacional”.

A concessionária Energisa, responsável pelo fornecimento de energia nos dois estados, informou que o apagão atingiu cerca de 218 mil unidades consumidoras no Acre, representando 75% dos clientes, e aproximadamente 572 mil em Rondônia, equivalente a 84% dos consumidores.

“O fato resultou em interrupção de 187 MW no Acre e 797 MW em Rondônia. Assim que constatada a situação, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou a abertura imediata de uma sala de situação, com a participação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), da Agência Nacional de Energia Elétrica e do corpo técnico do MME, para garantir celeridade à recomposição do sistema e acompanhar as demais tratativas sobre a ocorrência”, informou o ministério em nota.

O processo de recomposição da energia nos estados começou por volta das 17h10. O MME afirmou que o restabelecimento completo do serviço deve ocorrer nas próximas horas. A Energisa aguarda a autorização do ONS para dar início à retomada do fornecimento.


Apagão no Acre e Rondônia: Estados enfrentam colapso de energia em meio a onda de calor de quase 40°C

Nesta última Quinta feira, dia 22 de agosto de 2024, o estado do Acre e Rondônia vivenciou um apagão generalizado que afetou cerca de 1 milhão de pessoas em todas as cidades somente no Acre. O blecaute, que ocorreu em meio a uma das mais intensas ondas de calor do ano, com temperaturas próximas dos 40°C, expôs fragilidades críticas na infraestrutura elétrica da região, que já vinha sendo pressionada por picos de consumo energético.

O Acre está enfrentando uma combinação de fatores climáticos que intensificam a demanda por energia elétrica. A região, historicamente quente e úmida, está passando por um período de seca severa, com temperaturas muito acima da média. Esse cenário resulta em um aumento significativo no uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, pressionando o sistema elétrico estadual.

Além disso, a seca impacta diretamente na geração de energia hidroelétrica, que é a principal fonte de energia na região. Com os níveis dos reservatórios abaixo do esperado, a capacidade de geração diminui, tornando o sistema mais vulnerável a falhas e sobrecargas.

Segundo informações preliminares da Energisa, concessionária responsável pela distribuição de energia no estado, o apagão foi resultado de uma falha em cascata no sistema de transmissão. Acredita-se que a alta demanda energética, combinada com a instabilidade na rede de transmissão, tenha sobrecarregado os transformadores e linhas de transmissão, provocando a desconexão automática de diversas subestações.

Essa desconexão em cascata é um mecanismo de segurança projetado para evitar danos maiores à infraestrutura, mas que, infelizmente, pode resultar em um apagão generalizado. O restabelecimento do serviço exige uma reativação cuidadosa e coordenada de cada subestação, para evitar novas sobrecargas durante o processo.

O apagão teve consequências imediatas e significativas em várias esferas. Na saúde, hospitais e clínicas precisaram recorrer a geradores de emergência para manter o funcionamento dos equipamentos essenciais, como respiradores e incubadoras. No entanto, algumas unidades de saúde menores, que não dispõem de geradores, ficaram sem condições de atendimento adequado.

O setor comercial também foi fortemente impactado, especialmente estabelecimentos que dependem de sistemas de refrigeração para conservar alimentos e medicamentos. Além disso, houve relatos de dificuldades no abastecimento de água em diversas localidades, uma vez que muitos sistemas de bombeamento pararam de funcionar devido à falta de energia.

Os serviços de telecomunicações foram outro setor afetado, com muitas torres de celular fora de operação, dificultando a comunicação entre os moradores e os serviços de emergência. Essa falha evidenciou a necessidade de uma infraestrutura mais resiliente, capaz de suportar eventos climáticos extremos e garantir a continuidade dos serviços essenciais.

O governo estadual de Rondônia e do Acre, em conjunto com a Energisa, anunciou a criação de um comitê de crise para coordenar as ações de reparo e investigar as causas do apagão. Técnicos de outras regiões do país foram convocados para apoiar na reativação das subestações e na estabilização da rede elétrica.

Especialistas em energia alertam que o episódio reforça a urgência de investimentos na modernização da infraestrutura energética do Acre. A proposta inclui a diversificação das fontes de energia, como a ampliação da geração solar e eólica, que podem complementar a hidroeletricidade e reduzir a dependência de uma única fonte.

A longo prazo, a necessidade de fortalecer a resiliência da rede elétrica em face de eventos climáticos extremos é crucial. Isso inclui não apenas melhorias físicas nas linhas de transmissão e subestações, mas também a implementação de tecnologias avançadas de monitoramento e controle, que possam prever e mitigar falhas antes que elas provoquem colapsos generalizados.


ONS diz que houve perda do sistema de transmissão em corrente contínua do Complexo Madeira, que interliga AC e RO.

Apagão deixa Acre e Rondônia sem energia elétrica; MT tem uma cidade afetada

Apagão deixou Acre e Rondônia sem energia elétrica — Foto: Rhawan Vital

Um apagão na tarde desta quinta-feira (22) deixou o Acre sem energia elétrica. De acordo com a concessionária Energisa, o estado inteiro foi afetado, totalizando 218 mil consumidores sem energia elétrica. O problema afetou o estado de Rondônia, que também é abastecido pela mesma empresa, e uma cidade de Mato Grosso.

O serviço voltou a ser restabelecido em alguns bairros de Rio Branco, capital do Acre, após três horas, por volta das 18h (horário local).

Em Rondônia, em cidades como Ji-Paraná, Ariquemes e Pimenta Bueno, a energia também começou a ser reativada por volta do mesmo horário. Na capital, Porto Velho, a energia continuou instável, com quedas frequentes, e grande parte da cidade seguia sem energia, até as 19h02, horário local. O restabelecimento total da energia , após liberação do ONS , ocorreu às 20h12 horas.

Aproximadamente 500 mil pessoas foram afetadas apenas em Porto Velho.

Em nota, a concessionária de energia elétrica disse que no Acre a falha no serviço ocorreu por causa de um evento externo no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A Energisa, que também opera em Rondônia, afirmou ainda que está em contato com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “O restabelecimento do serviço será feito à medida que o ONS liberar”, complementou durante a tarde.

Segundo o ONS, “houve perda do sistema de transmissão em corrente contínua do Complexo Madeira, além do sistema de transmissão em 230 kV que interliga os estados do Acre e Rondônia ao SIN”.

A recomposição do sistema, ainda conforme o ONS, teve início às 17h10 (horário oficial de Brasília). “O processo de recomposição segue em andamento, já tendo sido recomposto 50 MW de cargas até o momento do envio desta nota (18h01)”.

O serviço voltou a ser restabelecido em alguns bairros de Rio Branco, capital do Acre, após três horas, por volta das 18h (horário local).

Em Mato Grosso, houve apagão na cidade de Rondolândia, que fica na divisa com Ji-Paraná (RO) e é abastecida pela cidade. A concessionária informou que ocorreu um Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) e, por isso, houve o apagão

Além destes, a concessionária está presente em São Paulo, Paraíba, Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro. No entanto, não há relatos de apagão nestas regiões.

A reportagem entrou em contato com a empresa, mas até a atualização mais recente desta reportagem não foi divulgada a causa exata do problema e nem a previsão para o restabelecimento do serviço.

Nota do Operador Nacional do Sistema Elétrico

“O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirma que, às 16h47, desta quinta-feira, 22/8, houve interrupção de cerca de 980 MW de carga, nos estados do Acre (180 MW) e Rondônia (800 MW). Os dados foram obtidos através de sistema de supervisão do ONS. Houve perda do sistema de transmissão em corrente contínua do Complexo Madeira, além do sistema de transmissão em 230 kV que interliga os estados do Acre e Rondônia ao SIN.

A recomposição do sistema teve início às 17h10, através da energização do sistema de interligação em 230 kV entre as subestações de Pimenta Bueno e Ji-Paraná. O processo de recomposição segue em andamento, já tendo sido recomposto 50 MW de cargas até o momento do envio desta nota (18h01).

O ONS ainda aguarda informações dos agentes para analisar a causa. As equipes do ONS e dos agentes estão dedicadas para a retomada do serviço à sociedade com segurança, no menor tempo possível.”

Colaboraram Júnior Andrade, Luana Rodrigues e Melícia Moura da Rede Amazônica Acre.


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