O presidente Lula visitou a central de monitoramento de queimadas e destacou a gravidade dos incêndios florestais no Brasil, com um foco particular na situação crítica em São Paulo. Durante a visita, ele afirmou que “tem gente colocando fogo, sobretudo em São Paulo”, sublinhando a necessidade urgente de uma ação coordenada para enfrentar os incêndios que estão devastando várias regiões do país.
A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também participou da visita e compartilhou com o presidente detalhes de uma recente conversa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ela enfatizou que os incêndios devem ser tratados como uma responsabilidade coletiva, não restrita a um estado ou município específico. “O fogo não é estadual, não é municipal. É para todos nós combatermos”, afirmou a ministra.
A central de monitoramento tem desempenhado um papel crucial na coordenação das ações contra os incêndios, que se intensificaram nas últimas semanas, especialmente na região de São Paulo. O aumento dos focos de incêndio tem gerado grande preocupação entre as autoridades e a população. Medidas emergenciais estão sendo implementadas para controlar as chamas e minimizar os impactos ambientais e sociais.
O governo federal, em colaboração com o estadual, está mobilizando recursos e equipes para enfrentar a crise. A operação inclui o uso de aeronaves, como aviões da Força Aérea Brasileira, e a implementação de várias medidas emergenciais para proteger as áreas afetadas e apoiar os cidadãos impactados pelos incêndios.
Atualmente, o estado de São Paulo conta com 46 municípios em alerta máximo para queimadas e 21 com focos ativos de incêndio. Esses números representam um aumento em relação ao dia anterior, quando eram 36 cidades em alerta e 17 com incêndios ativos. O Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil atribui a gravidade da situação à baixa umidade do ar e à onda de calor que afeta a região.
Marina diz que PF abriu 31 inquéritos para investigar queimadas Brasil afora
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva contou em coletiva de imprensa neste domingo (25) que, ao menos, 31 inquéritos foram abertos para investigar as queimadas que acontecem na região da Amazônia, Pantanal e interior de São Paulo. No final de semana, ela se reuniu com integrantes do IBAMA e o presidente Lula para discutirem sobre o tema.
“A Polícia Federal Rodoviária, o DENIT, o Ministério da Defesa, Ministério da Marinha e os corpos de bombeiros dos estados e, em alguns casos, as defesas civis. Mas há uma ação também que envolve saúde, que envolve transporte, que envolve energia porque tem desdobramento da estiagem e tem desdobramento da dinâmica do fogo […] Nós já temos a abertura de 31 inquéritos entre Amazônia e Pantanal e, um, dois agora, no estado de São Paulo”, contou.
A ministra também afirmou que está em contato com o governo Tarcísio de Freitas e outros ministros. “Nós já fizemos o deslocamento do CAC390 para que ele possa ajudar no processo de resfriamento, porque tem maior quantidade de volume de água para fazer essa abordagem, mas em função da quantidade de fumaça ele não conseguiu operar”, explicou.
Por fim, Marina afirmou que os esforços são para descobrir quem está por trás das queimadas. “Situação de extremo climático que envolve inclusive a ação criminosa de quem está ateando fogo propositadamente”, finalizou.
Marina: Há forte suspeita que ‘Dia do Fogo’ esteja acontecendo de novo
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas afirmou neste domingo (25) que há uma ‘forte suspeita’ de que os incêndios que se propagam pelo estado de São Paulo ao longo do final de semana foram provocados por ação humana.
A chefe da pasta esteve em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, entre outras autoridades
“Da mesma forma que tivemos o Dia do Fogo há uma forte suspeita que agora esteja acontecendo de novo”, afirmou a ministra, se referindo ao caso que aconteceu em 2019, quando fazendeiros combinaram em um grupo de aplicativo atear fogo em áreas da Amazônia, no estado do Pará.
“Em São Paulo não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenham tantas frentes de incêndio envolvendo vários municípios. Mas obviamente que isso as investigações vão dizer”, complementou.
A reunião aconteceu na sede da Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília (DF), órgão que atua em cooperação com as Superintendências Estaduais do Ibama.
Também neste domingo, a Polícia Federal confirmou que vai iniciar 31 investigações, em todo país, sobre a origem dos incêndios.
Brasília amanheceu neste domingo (25) coberta por fumaça proveniente de queimadas em outras regiões do país. Contribui para o fenômeno a seca na capital federal, onde não chove há mais de 120 dias.
São Paulo está sob estado de emergência, decretado pelo governo paulista, desde sábado (24) à noite. Na mesma hora, o governo federal anunciou apoio nas operações de combate ao fogo com o envio de aeronaves.
Desde o início dos incêndios, duas pessoas foram presas acusadas de terem provocado fogo pela região. Segundo o governo de São Paulo, um suspeito foi detido na região de São José do Rio Preto (SP) no sábado e outro no domingo, em Batatais (SP).
São Paulo bateu recorde nacional na sexta-feira (23) com mais de 2,3 mil focos de incêndio. Ao longo do final de semana, moradores da região enfrentam voos cancelados, instabilidade no sinal de internet, atividades ao ar livre interrompidas, pessoas precisando evacuar suas casas, além de problemas respiratórios.
A ministra dos Povos Indígena, Sonia Guajajara, afirmou pelas redes sociais que a crise vivida em São Paulo é resultado do “modelo de produção predatório que destrói o meio ambiente e a vida das pessoas”.
“O planeta está dando todos os sinais de que não suporta mais a maneira como vem sendo explorado”, afirmou a ministra que também se solidarizou com a população do estado.
Ainda no sábado, em entrevista ao Brasil de Fato, a ministra Marina Silva associou a atual crise com os efeitos das mudanças climáticas.
“Infelizmente a gente está vivendo uma situação que reflete aquilo que não foi feito há mais de 30 anos e está fazendo com que a gente pague um preço alto. A mudança climática já é uma realidade. Os eventos extremos, chuva, seca, alta temperatura e vento são uma realidade que estão destruindo não só a Amazônia e o Pantanal”.