Justiça : Musk faz campanha por impeachment de Moraes e convoca para ato de 7/9
Enviado por alexandre em 02/09/2024 15:37:50


Elon Musk, dono do X. Foto: reprodução

O bilionário Elon Musk, proprietário do X, antigo Twitter, voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (2). Respondendo a uma publicação na própria plataforma, ele afirmou que o magistrado deveria sofrer impeachment por “violar seu juramento de posse”.

A declaração surge em meio à tensão crescente entre o empresário e o judiciário brasileiro, agravada pela decisão do magistrado de suspender integralmente o funcionamento do X no Brasil. A suspensão foi decretada na última sexta-feira (30) após a plataforma não ter indicado um representante legal no país, uma exigência da legislação brasileira para empresas estrangeiras.

Já no domingo (1º), uma usuária do X comentou sobre a manifestação marcada para o 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, afirmando que “brasileiros irão para as ruas protestar contra o ditador Alexandre de Moraes pela proibição do X e pedir seu impeachment”. Musk, em resposta direta, endossou a ideia, afirmando que o ministro “deve sofrer impeachment por violar seu juramento de posse”.

Musk usou o X para pedir o impeachment de Moraes. Foto: reprodução

O ato do feriado da Independência foi convocado em protesto contra Moraes, que é relator de inquéritos no STF que investigam figuras e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro tem sido responsável por uma série de decisões que envolvem a suspensão e remoção de conteúdos e perfis em redes sociais, muitas vezes relacionados a discursos extremistas e golpistas ligados a bolsonaristas.

Em nota oficial, o X rebateu as ações do ministro, afirmando que “não cumpre ordens ilegais [de Alexandre de Moraes] para censurar seus opositores políticos” e que, ao contrário de outras plataformas de mídia social, “não cumprirá ordens ilegais em segredo”.

Em sua decisão, Moraes argumentou que Musk “confunde liberdade de expressão com uma inexistente liberdade de agressão” e que há uma deliberada tentativa de confundir censura com a proibição constitucional de discurso de ódio e incitação a atos antidemocráticos.

O ministro também acusou o X de “incentivar as postagens de discursos extremistas, de ódio e antidemocráticos, e tentar subtraí-los do controle jurisdicional”, o que, segundo ele, representa um risco real de influenciar negativamente o eleitorado nas eleições de 2024.

Como resposta à suspensão da plataforma, Musk prometeu vazar “ações sigilosas” do ministro na rede social, intensificando o embate entre os dois.

A Primeira Turma do STF decidiu manter a suspensão do X nesta segunda-feira. Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram a favor da suspensão garantindo a maioria. Ainda aguardam-se os votos dos ministros Cármen Lúcia e Luiz Fux, que podem ser inseridos no sistema eletrônico até o final da noite.


Ato bolsonarista contra Moraes é “para defender a democracia”, diz Nunes


Ricardo Nunes com bolsonaristas na Avenida Paulista. Foto: reprodução

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, afirmou nesta segunda-feira (2) que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o 7 de setembro é um ato em defesa da “democracia e da liberdade”. Durante uma sabatina na rádio Eldorado FM, ele destacou que o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve ser um dos principais temas da manifestação, é uma questão que cabe ao Senado decidir.

“Não vou defender impeachment, quem tem que tratar do impeachment são os senadores, compete aos senadores definir se existe algo de errado ou não. Estarei ali como cidadão defendendo a liberdade, a democracia. A manifestação é para garantir o Estado democrático de direito, quem tem que defender o impeachment é o Senado, eu vou estar lá defendendo a democracia, defendendo a liberdade, que é o que sempre defendi”, declarou Nunes.

O ato na Avenida Paulista, em São Paulo, convocado por Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, é esperado para trazer discursos fortes contra Moraes. Nunes confirmou que estará presente no trio elétrico, mas não pretende discursar.

Na última semana, o ex-presidente afirmou em um vídeo que “qualquer candidato a prefeito da capital” está autorizado a participar, o que abre a possibilidade de que Pablo Marçal (PRTB), adversário de Nunes na corrida pela prefeitura e competidor pelo apoio dos eleitores bolsonaristas, também esteja presente no evento.

Quando questionado sobre a possibilidade de participar de um ato que pode incluir bandeiras em defesa da ditadura militar ou do impeachment de ministros do Supremo, Nunes foi enfático ao afirmar que não se sentirá desconfortável.

Malafaia, Jair e Michelle Bolsonaro em ato na Paulista. Foto: reprodução

“Eu não vou levantar faixa nenhuma, vou estar lá com a minha camisa amarela demonstrando minha defesa enfática da democracia, da liberdade, não vou me constranger com nada que outras pessoas façam. O meu comportamento é de quem sempre defendeu a democracia. Eu sou prefeito da maior cidade da América Latina, tenho consciência da minha responsabilidade daquilo que eu preciso me posicionar. Como prefeito eu jamais vou cometer uma fala irresponsável pelo exercício do meu cargo, quem decide isso são os senadores, cabe aos senadores fazer a avaliação, cabe a imprensa e cabe a todos nós”, disse.

Em relação às políticas voltadas para a população LGBTQIA+, Nunes foi questionado se sente pressão dos bolsonaristas para interrompê-las. O prefeito respondeu que “não existe bolsonarista contra pessoas trans” e destacou as ações que tomou para essa comunidade, como abrigos e programas de emprego e renda.

“Eu não tenho pressão nenhuma, de ninguém, sobre nada das políticas públicas que eu faço. O que eu tenho é um orgulho enorme de que eu governo para todos. Eu fui a pessoa que fez o primeiro centro de acompanhamento para as pessoas trans. O TransCidadania (política criada na gestão Fernando Haddad) foi para 100 pessoas ganhando R$ 500. Eu tenho mais de 600 ganhando mais de R$ 1.200. Então, aí tem um programa de verdade. Toda a população que vive nessa cidade vai continuar sendo super bem cuidada por mim. Homens, mulheres, negros, trans. Eu nunca vi nada relacionado à pergunta que você fez, não existe ninguém bolsonarista que é contra trans. Eu desconheço esse tipo de colocação”, concluiu Nunes.

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