O ranking dos doadores de campanha, registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), amanheceu com um recorde inusitado nesta terça-feira (3/9). O primeiro lugar passou a ser ocupado pela empresária de Canoas (RS) Maria de Fátima Feix da Luz e com um valor muito acima do segundo colocado.

Até então, a primeira posição era do empresário do agronegócio Odilio Balbinotti Filho, do Mato Grosso. Ele doou R$ 1,26 milhão para financiar campanhas no estado. O valor foi dividido entre cinco diretórios municipais e uma candidatura a vereadora em Cuiabá.

Maria de Fátima, no entanto, surgiu como primeira colocada nesta terça, com um montante que ultrapassa os R$ 490 milhões. A quantia expressiva, conforme o registro, foi direcionada para a candidatura à reeleição do prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), tornando-o o maior arrecadador das eleições municipais deste ano, até então.

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Foto: TSE

Tudo seria impressionante, não fosse uma falha nítida no registro da doação. Maria de Fátima repetiu o número do próprio CPF no lugar onde ela deveria informar o valor a ser doado. Como é de se imaginar, ao transformar o Cadastro de Pessoa Física em valor monetário, a quantia atingiu um patamar exorbitante: mais de R$ 490,7 milhões.

Esse valor é tão expressivo que, conforme os dados do TSE, ele, sozinho, corresponde a 74% de todas as doações eleitorais feitas por pessoas físicas, no Brasil, até então.

Para se ter ideia, nessa segunda-feira, o montante total das doações estava em pouco mais de R$ 155 milhões. Com a falha na doação de Maria de Fátima, a cifra subiu para mais de R$ 659 milhões.

O Metrópoles entrou em contato com a empresária e a questionou sobre o ocorrido. Assim que informada pela reportagem, ela pediu um tempo para verificar o erro e, em seguida, confirmou a falha de digitação. Segundo Maria de Fátima, a informação já foi corrigida e o valor correto da doação é de R$ 2 mil.

A reportagem entrou em contato, também, com o TSE para esclarecer o caso e saber qual é o procedimento nesse tipo de situação, mas ainda aguarda uma resposta.

Fonte: Metrópoles