Brasil : 244 cidades brasileiras estão mais secas do que o deserto do Saara
Enviado por alexandre em 05/09/2024 10:50:00


Termômetro na avenida Luiz Dumont Vilares, em São Paulo, marca 41ºC. Foto: Rubens Cavallari/Folhapress

Ao menos 244 cidades brasileiras registraram níveis de umidade relativa do ar menores ou iguais ao deserto do Saara na última terça-feira (3).

O clima seco é comparável a média da umidade de desertos como Saara, no continente africano, e Atacama, no Chile. No deserto do Saara, por exemplo, a umidade do ar varia de 14% a 20%.

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que 10 cidades já se aproximaram do patamar crítico de umidade de só 7%.

O mês de setembro, que marca o fim do inverno, começou com uma onda de calor. Na terça-feira, as máximas chegaram a 40°C no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto cidades no interior de São Paulo e Minas Gerais registraram temperaturas de até 39°C.

A principal causa desses índices é a combinação de calor intenso e falta de chuvas. O Brasil enfrenta a maior e mais prolongada seca de sua história, com muitas cidades sem registrar chuva há mais de cem dias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a faixa ideal de umidade para o bem-estar humano varia entre 40% e 70%. Quando os níveis de umidade caem abaixo de 30%, a situação torna-se crítica e pode provocar problemas respiratórios, cansaço excessivo, ressecamento das narinas e olhos, e dores de cabeça.

Pessoas com condições respiratórias crônicas, como asma, bronquite ou rinite alérgica, são particularmente vulneráveis em ambientes com baixa umidade.


Não chove há mais de 100 dias em 75 cidades brasileiras, diz Inmet


Concentração de poluição em céu de cidade – Foto: Reprodução

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que 75 cidades brasileiras estão há mais de 100 dias sem chuva, incluindo capitais como Palmas, Cuiabá, Brasília e Goiânia. A maior parte dessas cidades está localizada em Goiás e Minas Gerais, impactando mais de 12,5 milhões de pessoas. Segundo o geógrafo Carlos Wagner Coelho, “o que nós estamos enfrentando é um fortalecimento dessa massa de ar seco que está ocupando quase o Brasil na sua totalidade”.

Belo Horizonte, uma das cidades mais afetadas, não registra chuvas há 138 dias, o que não acontecia há seis décadas, de acordo com o Inmet. A poluição atmosférica agravada pelas queimadas também é uma preocupação. A cuidadora Helenice Alves Pereira descreveu o céu da capital mineira como “mais claro” em alguns pontos e “cinza” em outros, enquanto a qualidade do ar atingiu o nível “muito ruim”, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Nas últimas 48 horas, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 500 focos de queimadas em Minas Gerais. O tenente Henrique Barcellos, do Corpo de Bombeiros, destacou que “quase 140 dias sem chuva” resultaram em uma situação crítica, mas ações de combate estão sendo realizadas em seis unidades de conservação do estado.

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