Você já ouviu falar em varizes pélvicas? Trata-se de veias dilatadas e tortuosas dentro da pelve, que não funcionam adequadamente e levam ao acúmulo de sangue, causando a chamada congestão venosa pélvica. Elas podem surgir por vários fatores, incluindo múltiplas gestações, alterações hormonais e anatômicas como compressões ou malformações.
A prevalência de varizes pélvicas entre mulheres pode variar de 10% a 30%, com alguns estudos indicando que até 40% das mulheres com dor pélvica crônica podem ter varizes pélvicas. Considerando a população feminina brasileira em torno de 105 milhões, uma estimativa aproximada pode sugerir que entre 10 e 30 milhões de mulheres poderiam ser afetadas de alguma forma pela condição.
Por compartilhar alguns sintomas semelhantes com a endometriose, o diagnóstico das varizes pélvicas pode ser bastante desafiador. Assim como a endometriose, os sintomas são dores crônicas na parte baixa da pelve, dores durante ou após relações sexuais e até problemas urinários e intestinais. “Ambas as condições afetam de forma importante a qualidade de vida das mulheres, mas as varizes pélvicas foram subdiagnosticadas por muito tempo como causa de dor pélvica crônica.
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Hoje, com uma maior conscientização e um crescente número de pesquisas, a discussão sobre o tema se ampliou e as varizes pélvicas têm sido diagnosticadas com mais frequência, permitindo que mais pacientes recebam o tratamento adequado”, explica Isabela Tavares, cirurgiã vascular da Prime Care Medical Complex.
SINTOMAS
Varizes pélvicas
Dor pélvica após períodos prolongados em pé ou sentada;
Piora ao longo do dia e pode aliviar ao deitar;
Sensação de peso ou pressão;
Dor persistente ou que até intensifica após a relação sexual;
Associação com varizes nas pernas e hemorroida;
Micção frequente, sensação de peso na bexiga.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Apesar dos sintomas comuns, as causas de cada doença e o tratamento são bem diferentes, por isso o diagnóstico preciso com exames específicos é essencial. O diagnóstico das varizes pélvicas é feito com uma avaliação clínica detalhada e complementada com exames de imagem. Já o tratamento é realizado por meio de uma técnica endovascular chamada de embolização.
Foto: Reprodução
“É importante entender o que está causando essas varizes para indicar o tratamento correto. Na maioria das vezes, as pacientes que sofrem por congestão pélvica o tratamento definitivo será pela técnica minimamente invasiva de embolização. Quando as veias dilatadas são apenas um achado de exame, a paciente deve ser orientada sobre o diagnóstico e manter acompanhamento. O uso de meias de compressão e medicação podem ser usados para ajudar no alívio dos sintomas.” comenta Isabela.
Segundo o cirurgião vascular e diretor da Prime Care Medical Complex, Vitor Gornati, muitas mulheres que têm varizes nas pernas e que acabam por fazer procedimentos e operações várias vezes, devem ser investigadas. “Muitas vezes as varizes pélvicas estão funcionando como uma torneira aberta que está alimentando as varizes das pernas”, reflete.
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Para tratar as varizes pélvicas por meio do plano de saúde é preciso aprovação prévia, pois ainda não tem um código específico na tabela de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). No SUS (Sistema Único de Saúde), o tratamento pode ser encontrado em centros de referência especializados. “A comunidade médica está trabalhando pela melhoria do acesso para todas as mulheres”, finaliza a cirurgiã.
Fonte: Alto Astral