Situação na ilha caribenha é dramática e faz muitos cidadãos deixarem o país
A realidade vivida pela população de Cuba é um assunto que sempre gera muita polêmica no Brasil. Se, de um lado, ainda existem aqueles que defendem o regime político e econômico da ilha caribenha, o que se vê na realidade são inúmeras denúncias sobre a fome que marca o dia a dia de muitos cubanos, o que força milhares deles a deixarem o país em busca de uma vida melhor.
Um retrato da fome em território cubano foi narrado em uma reportagem publicada recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo, que relatou que, além dos alimentos, medicamentos considerados básicos no Brasil, como o Tylenol, são de difícil acesso aos cidadãos que precisam se submeter às regras do regime chefiado atualmente por Miguel Díaz-Canel.
De acordo com o veículo, moradores da ilha dizem que não é fácil fazer três refeições completas por dia. Há, por exemplo, restrição na oferta de muitos itens alimentícios, o que faz com que, dependendo da semana, falte até mesmo um simples macarrão.
Um dos inimigos do bolso da população cubana é a inflação, que chegou a 30% no ano passado. Nos mercados onde ainda há um certo nível de abastecimento de itens de primeira necessidade, onde as compras são feitas em moeda estrangeira, um pacote de café de 500 gramas pode chegar a cerca de 8,90 dólares (R$ 50).
A cesta básica cubana também diminuiu de tamanho com o passar dos anos. Enquanto que, no passado, o pacote essencial incluía carne bovina, frango, óleo, manteiga, leite condensado, papel higiênico, arroz, grãos, doces, biscoitos, chocolates, cigarros e refrigerantes, hoje essa lista está reduzida a chícharo (similar ao grão de bico), óleo, um pacotinho de café e 2,5 kg de arroz.
Nem mesmo a saúde, que militantes de esquerda costumam elencar como uma das vantagens do regime, escapa da miséria na ilha caribenha. São farmácias oficiais com prateleiras vazias – sem medicamentos e insumos médicos – e hospitais sucateados, o que faz com que pacientes tenham de levar os insumos a depender da complexidade do atendimento.
Nos postos de combustíveis está mais um retrato da pobreza. Em um dia, há filas para abastecer, mas no outro eles estão completamente vazios. No abastecimento de energia, mais problemas, com noites em que os postes são desligados, deixando quadras inteiras às escuras. Os apagões são constantes.
O resultado da situação caótica é uma saída em massa de cubanos da ilha. Desde 2015, quando o país atingiu o pico de 11,2 milhões de habitantes, a população apresenta forte declínio. Segundo o economista Juan Carlos Albizu-Campos, que estuda a demografia cubana pelos últimos 30 anos, o número de habitantes em julho deste ano já havia caído para 8,62 milhões.