Justiça : Brasil é o segundo país em assassinatos de ativistas ambientais
Enviado por alexandre em 18/09/2024 09:57:32

Indígenas guajajaras fiscalizam extração ilegal de madeira: conflitos e mortes no Maranhão (Foto: YouTube/Reprodução)
Indígenas guajajaras fiscalizam extração ilegal de madeira: conflitos e mortes no Maranhão (Foto: YouTube/Reprodução)
Do ATUAL

MANAUS – Colômbia e Brasil são os países com mais assassinatos de ativistas ambientais, segundo o relatório da ONG Global Witness divulgado no início deste mês. Em 2023 foram mortos 79 ativistas na Colômbia – número mais alto registrado em um país num único ano – e 25 no Brasil.

Em todo o mundo, indígenas (85 mortes) e afrodescendentes (12) representaram 49% do total de homicídios. Segundo a Global Witness, esses dados mostram que a disputa e a grilagem de terras geram maior vulnerabilidade para os povos originários.

Desde 2012, 766 indígenas foram mortos representando 36% de todos os assassinatos de defensores do meio ambiente.

Os dados brasileiros presentes no relatório foram coletados pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). O dossiê anual dos conflitos no campo mostrou que houve um recorde em 2023, com 2.203 ocorrências. Destas, 1.724 foram causadas por invasões, expulsões, despejos, ameaças, destruição de bens ou pistolagem sofridas por pequenos agricultores, comunidades tradicionais e populações indígenas.

Com a mudança no governo federal em 2023, houve queda de 26% nos registros de assassinatos no Brasil, porém o país continua ocupando o segundo lugar entre os que mais ocorrem assassinatos.

“Até agora, houve progresso. O governo restabeleceu o financiamento para proteger a Amazônia e restaurou a agência de assuntos indígenas que Bolsonaro desmantelou”, afirma o relatório.

“No entanto, as mudanças de políticas continuam sendo desafiadoras diante de um Congresso conservador dominado por ruralistas, que apoiam os interesses de proprietários de terras privadas em detrimento da reforma agrária pública”, afirma a ONG.

A Colômbia enfrenta a disputa territorial e o narcotráfico. O país receberá a COP 16 (Convenção de Biodiversidade) da ONU (Organização das Nações Unidas), em outubro. E o governo colombiano prometeu trazer o tema dos ativistas ambientais para o centro dos debates.



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