Coluna Mulher : Entenda o que deve ser feito após um aborto
Enviado por alexandre em 12/11/2024 10:33:09

A apresentadora Sabrina Sato perdeu o bebê que esperava com o ator Nicolas Prattes; médico explica as causas

Sabrina Sato, de 43 anos, perdeu o bebê que esperava com o ator Nicolas Prattes. A apresentadora, que anunciou a gravidez em outubro, estava na 11ª semana de gestação. Segundo o médico Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), casos como esse são muito comuns. Estima-se que de 15 a 25% das gestações acabem em abortos.

 

“Alguns são muito precoces, com poucos dias de atraso menstrual, e a mulher talvez nem saiba que estava grávida. Mas a maioria dos abortos acontece bem no início da gravidez, principalmente por causas cromossômicas ou genéticas”, explica. De acordo com o médico, a idade dos pais é um fator importante para que o aborto aconteça.

 

“A idade interfere, principalmente a da mulher. Com o tempo, o material genético dos óvulos envelhece e se deteriora, o que reduz as chances de gravidez e aumenta o risco de aborto. No homem, esse processo acontece também, mas em idades mais tardias”, aponta. No entanto, existem ainda outros fatores que podem influenciar o abordo.

 

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“Além das alterações genéticas e cromossômicas, malformações do útero, diabetes não controlada, doenças autoimunes sem tratamento adequado, consumo de álcool, uso de drogas, alterações hormonais, infecções e trombofilias (chances maiores de formar coágulos no sangue que impedem a nutrição da placenta) são alguns dos fatores que podem levar ao aborto”, explica Fernando.

 

Após um aborto, é fundamental buscar um especialista para entender qual a causa do problema. “Há inclusive situações em que o aborto não acontece por completo e a placenta não é eliminada totalmente, o que é chamado de aborto retido. Esse material retido no útero pode ser muito perigoso e causar infecções, calcificações, tromboses, sangramentos intensos e, em casos extremos, pode ser letal”, explica o médico.

 

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Se o material não é eliminado totalmente do útero, pode ser necessário realizar uma curetagem ou uma aspiração com uma seringa especial chamada AMIU (aspiração manual intrauterina). Ela é realizada em ambiente hospitalar, com anestesia, com o objetivo de remover os tecidos da gravidez que ainda não se descolaram do útero.

 

Dependendo do tempo que o aborto aconteceu, da quantidade de material retido e de outras situações clínicas da paciente, a curetagem pode ter riscos de perfurações do útero ou mesmo de grudar suas paredes internamente. “Essas complicações de um aborto podem fazer a mulher perder o útero ou ter dificuldades para engravidar depois”, acrescenta Fernando. Apesar dos riscos, quando descobertos bem no início e acompanhados por um médico, os abortos resolvem-se em segurança e sem deixar sequelas. “Ainda existe uma hipótese, não comprovada, de que a cada gravidez (mesmo que termine em aborto) o organismo materno passa a ‘reconhecer’ o material genético paterno presente no embrião. Um mecanismo similar à memória imunológica. Assim, com o tempo, uma nova gestação não será entendida mais como ‘corpo estranho’ e poderá se desenvolver sem terminar em aborto”, afirma Fernando.

 

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Ainda assim, os abortos devem sempre ser tratados com atenção, principalmente quando a mulher tem mais de dois abortos consecutivos, chamados de abortos de repetição. Nesses casos, o médico alerta que é preciso buscar um especialista em reprodução assistida para que possa ser feito o diagnóstico correto. Descobrindo a causa do problema, o tratamento pode ser iniciado e realizado de diversas formas, de acordo com a necessidade de cada paciente.

 

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Fotos: Reprodução

 

Dependendo das causas do aborto de repetição, pode ser recomendada uma mudança de hábitos, mas também pode ser necessário realizar uma fertilização in vitro (FIV) para que a mulher tenha condições de engravidar novamente.

 

“Na FIV, em casos de aborto de repetição, recomenda-se ainda fazer um teste genético no embrião, chamado PGT-A, que pode diagnosticar doenças cromossômicas, assim permitindo a seleção de embriões cromossomicamente normais para serem transferidos para o útero da mãe, o que previne muitas causas de aborto e especialmente síndromes graves”, destaca o médico.

 

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Uma vez concretizada uma nova gestação, esta deve ser minuciosamente acompanhada pela equipe de especialistas. “A boa notícia é que, independentemente das causas do aborto, mulheres que passaram por esta situação possuem 70% de chance de engravidar e ter uma gestação saudável”, finaliza Fernando.

 

Fonte: Alto Astral

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