Que tipo de ensino médio nós queremos? Para a comunidade escolar, a resposta para a pergunta passa pela soma de vários fatores: estímulo ao pensamento crítico, integração tecnológica, currículos contextualizados, olhar atento às diversidades, criação de espaços inovadores e incentivo à educação profissional. Pais, alunos e professores defendem um ensino médio que forme cidadãos prontos para o mercado de trabalho e para os desafios da vida adulta.
O ensino médio deve mobilizar habilidades de relacionamento e a capacidade de interpretação e análise crítica da realidade. Assim, ampliar a integração entre as disciplinas existentes, ao mesmo tempo em que se valoriza os profissionais da Educação, garantindo tempo e apoio para a implementação de novas práticas pedagógicas, com metodologias ativas e projetos colaborativos — diz o professor Henrique Silva, que ensina História no CEL Intercultural School.
Com a nova Política Nacional de Ensino Médio a partir de 2025, mudanças serão implementadas na carga horária da formação geral, com a permissão de os alunos escolherem itinerários formativos para quem possam aprofundar o conhecimento. O professor e presidente do Grupo Primum Educacional, João Magalhães, reforça a importância de currículos flexíveis e atualizados para o crescimento dos alunos.
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— O ensino médio deve permitir a escolha de áreas de aprofundamento conforme o interesse e a aspiração profissional. A personalização do percurso pode aumentar o engajamento e a motivação. Além disso, vivemos em um mundo de mudanças constantes. Então, é importante que o currículo se atualize, incorpore temas como tecnologia e sustentabilidade e garanta que os jovens estejam preparados para atuar em um mundo que está em intensa transformação — argumentaPor outro lado, uma das críticas ao novo ensino médio levantadas por educadores está no distanciamento entre o que é oferecido aos alunos, dependendo do contexto socioeconômico e escolar.
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— Essa fase do processo educacional oferece conhecimentos sobre uma variedade de áreas e realidades, ampliando a visão de mundo. Portanto, o ensino médio deve garantir o respeito à diversidade e se inserir na realidade do aluno sem reforçar as desigualdades estruturais que ainda marcam o sistema educacional brasileiro.
Pelo contrário, deve promover a possibilidade de compreender as complexidades do mundo, a fim de transformar a realidade à sua volta — explica Henrique Silva.Para especialistas, a relação entre o ensino médio e o mercado de trabalho deve ser de complementaridade e preparação. Para integrar algumas práticas ao currículo escolar, como o estágio e o desenvolvimento de habilidades práticas, é possível adotar estratégias, como parcerias com empresas e instituições que possibilitem programas de estágio e vivências reais no ambiente de trabalho.
— Outras estratégias muito importantes são incorporar disciplinas que incentivem o espírito empreendedor nos alunos, incentivá-los a trabalharem em projetos práticos, às vezes em equipe, e disponibilizar espaços equipados para que eles apliquem conceitos teóricos em atividades práticas. Com isso, o ensino médio torna-se mais conectado às realidades do mercado de trabalho — afirma o professor João Magalhães.
Fonte: R7