A Redação
Goiânia - A demarcação de terras indígenas foi destaque no G20 Social, realizado no Rio de Janeiro, onde Marciely Ayap Tupari, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), reforçou a importância dessa medida na transição ecológica e no combate às mudanças climáticas. Durante o evento paralelo à Cúpula de Líderes do G20, ela criticou o Marco Temporal e denunciou a exploração da Margem Equatorial pela Petrobras, apontando a urgência de proteger os territórios e os povos nativos.
Tupari destacou que, embora os povos indígenas representem apenas 5% da população mundial, eles são responsáveis pela preservação de 80% da biodiversidade do planeta. "A sustentabilidade, hoje colocada como solução, sempre pusemos em prática. Queremos que nosso conhecimento seja utilizado", afirmou, alertando para as consequências ambientais que podem afetar as futuras gerações.
A crítica ao Marco Temporal foi acompanhada de um apelo ao reconhecimento das terras indígenas como ferramenta climática. Além disso, a líder indígena cobrou maior proteção para as comunidades que enfrentam invasores e lutam pela preservação dos territórios. "Não adianta só demarcar. Precisa garantir a proteção dos indígenas na linha de frente", ressaltou.
Outro ponto levantado foi a burocracia para acessar financiamentos internacionais destinados às populações nativas. Apesar das promessas feitas em conferências climáticas, os recursos frequentemente não chegam às comunidades. Para enfrentar esse obstáculo, movimentos indígenas têm criado fundos próprios, buscando alternativas para financiar seus projetos de proteção ambiental.