O delegado Lorenzo Martins Pompílio da Hora, da Polícia Federal (PF), teve sua aposentadoria cassada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Pompílio foi preso em 2019 durante a Operação Tergiversação, acusado de receber pagamentos entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão de empresários investigados. O Ministério Público Federal (MPF) apontou que ele recebia propina em troca de interceder junto a outros delegados para beneficiar os acusados.

Segundo o MPF, Pompílio da Hora atuava na Superintendência da PF no Rio de Janeiro e trabalhava para impedir o avanço de investigações contra os empresários que o pagavam. O esquema envolvia repasses em dinheiro e transferências a empresas associadas aos participantes. Além de Pompílio, o delegado Wallace Noble Santos Soares e outros empresários também foram alvo da operação, que desmantelou o esquema de corrupção.

O processo administrativo disciplinar aberto pela corporação concluiu que Pompílio cometeu improbidade administrativa e abuso de poder. Apesar de o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) ter trancado a ação penal contra ele em 2023 por laudo de insanidade mental, a cassação da aposentadoria reflete as graves irregularidades. “Ele se prevaleceu abusivamente de sua posição como servidor público”, afirmou o MPF.