As microexplosões atmosféricas, conhecidas como microbursts, têm causado a derrubada de árvores na Amazônia, afetando a estrutura e o balanço de carbono das florestas. Esse fenômeno ocorre quando correntes de vento descendentes, originadas em nuvens de tempestade, atingem o solo com grande força e se espalham rapidamente. Segundo o estudo da American Geophysical Union, entre 1985 e 2020, o número de eventos desse tipo quadruplicou na região, com maior frequência a partir da década de 1990.
O fenômeno, frequentemente associado ao verão, ocorre em dias de alta umidade e temperaturas elevadas, condições ideais para a formação de nuvens de tempestade que podem chegar a 20 km de altura. Essas microexplosões, que podem gerar ventos superiores a 200 km/h, são comparadas em impacto destrutivo a tornados. “Elas são correntes de ar frio e denso que atingem o solo com intensidade, derrubando árvores e causando danos em larga escala”, explica o estudo.
Além de comprometer a biodiversidade, os microbursts representam uma ameaça crescente devido às mudanças climáticas. O som característico de uma microexplosão é um estrondo alto, muitas vezes comparado ao barulho de um trem de carga, o que ajuda na identificação do fenômeno. Estudos indicam que o aumento desses eventos pode trazer consequências graves para a Amazônia e seu papel no equilíbrio ambiental global.