Brasil : Degradação ambiental em outubro na Amazônia é a pior em 15 anos
Enviado por alexandre em 27/11/2024 15:01:40

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Greenpeace Brasil detectou degradação em sobrevoo na Amazônia (Foto: Christian Braga/Greenpeace)
Do ATUAL

MANAUS — A Amazônia Legal registrou em outubro aumento tanto do desmatamento, que é a remoção completa da vegetação, quanto na degradação florestal, que é o dano causado pelo fogo ou pela extração madeireira, pelo quinto mês seguido. A degradação atingiu a média de 10 mil campos de futebol por dia de janeiro a outubro, o pior cenário em 15 anos.

Os dados do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) mostram que apenas em outubro a Amazônia teve uma área degradada de 6.623 km², o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo. Esse número também foi quatro vezes maior do que o registrado em outubro de 2023, quando foram degradados 1.554 km² de floresta.

O Pará foi o estado com a maior área degradada em outubro, com 2.854 km², 43% do total registado na região. Mato Grosso, com 2.241 km² afetados, 34% do total, ficou em segundo. E a terceira colocação foi do Amazonas, com 1.082 km² degradados, 16% do detectado no bioma.

O Pará também concentrou seis municípios no ranking dos que mais degradaram, atingindo 2.390 km². Outros três, que totalizam 773 km², estão em Mato Grosso.

Nos primeiros 10 meses de 2024, foram degradados 32.869 km², o equivalente a 21 vezes a cidade de São Paulo (ou 10 mil campos de futebol afetados por dia). Área quase três vezes maior do que o recorde de degradação até então, de 11.453 km², registrado em 2017.

Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, explica que é normal haver aumento da degradação florestal na época de seca, o chamado “verão amazônico”, devido à alta nas queimadas. Porém, as áreas afetadas nos meses de setembro e outubro são superiores às que vinham sendo registradas pelo sistema. “A seca severa de 2024 aumenta o risco às queimadas”.

“Assim como o desmatamento, a degradação também emite gases de efeito estufa, que intensificam os efeitos das mudanças climáticas, como as graves secas que estamos vivendo na Amazônia. Por isso, precisamos de ações mais efetivas de combate a esse dano ambiental, principalmente se quisermos cumprir com a nova meta climática brasileira, a NDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada), apresentada na COP 29, no Azerbaijão, que prevê reduções de 59% a 67% nas emissões do país até 2035”, comenta o especialista.

Desmatamento

Embora o desmatamento acumulado de janeiro a outubro tenha sido 8% menor do que em 2023, outubro apresentou uma alta de 44% na derrubada, passando de 290 km² para 419 km². Essa foi a sétima maior área devastada em outubro dos últimos 16 anos, desde que começou o monitoramento do Imazon.

A derrubada foi liderada pelos estados de Mato Grosso (35%), Pará (31%) e Acre (12%), que juntos somam 330 km² destruídos, o que equivale a 78% de toda a perda registrada. Esses estados também concentram nove dos dez municípios que mais desmataram.

Área degradada x área desmatada

De janeiro a outubro deste ano, a degradação é quase 10 vezes maior que o desmatamento. Mais um alerta sobre a necessidade de medidas específicas para combater esse dano ambiental e suas emissões.



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