O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na última sexta-feira (16), em uma live para a Veja, que não acreditará mais na democracia caso permaneça inelegível.
“Se eu continuar inelegível, não acredito mais na democracia. Acabou a democracia”, afirmou.
A inelegibilidade do ex-presidente foi confirmada em junho de 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão considerou que Bolsonaro cometeu abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação ao realizar uma reunião com embaixadores, em julho de 2022, na qual fez ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro.
Posteriormente, o TSE novamente declarou o ex-mandatário inelegível, desta vez por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro de 2022, que ocorreram durante a campanha eleitoral.
“Eu sou candidato. Não consigo enxergar outro candidato, em função da minha inelegibilidade. Por isso, é uma renúncia à democracia. [….] Agora, eu não consigo me entender como inelegível por esses dois episódios”, durante a live, Bolsonaro descartou a possibilidade de apoiar outro nome para a eleição presidencial de 2026.
Na quinta-feira (15), em entrevista ao The New York Times, Bolsonaro também rejeitou a ideia de lançar um de seus filhos como candidato à Presidência no próximo pleito.
“Para você ser presidente aqui e fazer a coisa certa, você precisa ter uma certa experiência.”
Recentemente, Michelle Bolsonaro declarou que seu marido está sendo “perseguido pelo judiciário” brasileiro, por não poder utilizar seu passaporte para ir até a posse do presidente norte-americano Donald Trump. Ainda disse que, “eles” têm “medinho” de Bolsonaro.
“Foi maior líder da direita que elegeu, ‘inelegível’, mas que elegeu maior número de vereadores e prefeitos. E não seria diferente certo medinho que eles têm do meu marido”, declarou em entrevista para a Folha de S.Paulo no aeroporto, indo aos Estados Unidos.
Veja abaixo o trecho da entrevista no qual o inelegível faz tal comentário:
Bolsonaro nega contato com Valdemar e diz que Jorginho Mello teve “escorregada”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou no último sábado (18) que mantém contato com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A afirmação foi uma resposta às declarações do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que havia dito em entrevista que ambos “conversam muito”.
Bolsonaro e Valdemar estão sob investigação e proibidos de se comunicar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida visa evitar a obstrução de investigações relacionadas à tentativa de golpe, que é objeto de um inquérito em andamento na Corte.
De acordo com o ex-mandatário, Mello se equivocou na sua fala: “Ele deu uma escorregada. No momento da entrevista, ele disse que lamentou não poder falar com o Valdemar e disse que eu tenho conversado muito com o Valdemar. Então, não é verdade, foi um ato falho dele. Pelo que sei, ele fez uma nota no mesmo dia.”
As declarações foram dadas enquanto Bolsonaro acompanhava sua esposa, Michelle Bolsonaro, no Aeroporto de Brasília. A ex-primeira-dama está entre os integrantes da comitiva que participará da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira, em Washington.
Na ocasião em que Mello afirmou que Bolsonaro e Valdemar Costa Neto “conversam muito”, ele estava dando uma entrevista para a Jovem Pan.
“Nosso presidente Valdemar conversa muito com o presidente Bolsonaro, que é o presidente de honra, né? Espero que daqui um pouquinho eles possam conversar na mesma sala, né? Para se ajudar ainda mais”, destacou na ocasião.
Após a declaração, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal colha o depoimento do governador no prazo de 15 dias. A investigação busca apurar se houve comunicação recente entre Bolsonaro e Valdemar. Caso seja comprovado, isso configuraria o descumprimento da medida cautelar imposta por Moraes em fevereiro de 2024.
A proibição de contato entre os dois foi determinada no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva.