O jornalista Léo Batista, um dos maiores nomes da comunicação brasileira, faleceu neste domingo (18), aos 92 anos. Reconhecido por sua voz marcante e simpatia inconfundível, ele foi uma figura fundamental no jornalismo esportivo e em outras áreas da mídia, deixando um legado inestimável após quase 80 anos de carreira.
Léo Batista morreu no Hospital Rios D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em função de um tumor no pâncreas. Ele havia sido internado no dia 6 de janeiro devido a um quadro de desidratação e dor abdominal, e exames subsequentes revelaram o tumor. Léo passou seus últimos dias na UTI, mas não resistiu.
Natural de Cordeirópolis, interior de São Paulo, ele iniciou sua trajetória no rádio local aos 15 anos e logo chamou a atenção pelo seu talento e carisma. Chegando ao Rio de Janeiro em 1952, ele começou sua carreira na Rádio Globo, onde adotou o nome artístico Léo Batista, em homenagem à sua irmã Leonilda.
Sua trajetória na TV Globo teve início em 1970, quando foi convidado para cobrir a Copa do Mundo no México. Sua dedicação e competência logo o tornaram uma figura indispensável, e ele se tornou o apresentador de diversos programas de grande sucesso, como o “Jornal Hoje”, o “Esporte Espetacular” e o “Globo Esporte”.
Com seu vasto leque de atuação, Léo esteve presente em momentos históricos da televisão brasileira, como a cobertura das Copas do Mundo, Olimpíadas, e até a transmissão dos primeiros jogos de surfe e Fórmula 1 na TV. Ele também foi o primeiro locutor a anunciar a morte de Getúlio Vargas em 1954, um marco em sua carreira.
Durante sua trajetória, Léo Batista colecionou inúmeras homenagens. Além de ser um dos jornalistas mais admirados da televisão brasileira, ele também recebeu uma justa homenagem do Botafogo, seu clube de coração, que batizou uma das cabines de imprensa no Estádio Nilton Santos com seu nome.
Mesmo em seus últimos anos, Léo continuava ativo, realizando quadros no “Globo Esporte” e demonstrando sua paixão pela comunicação.
Em 2021, ele afirmou que não temia a aposentadoria, pois sabia que sempre poderia contribuir para o jornalismo, adaptando-se às mudanças da sociedade e da mídia. Sua humildade e dedicação ao ofício são lembradas por colegas e admiradores.
Ele também foi tema de uma série documental, “Léo Batista, a Voz Marcante”, que foi lançada em 2024 no Globoplay, reforçando seu status de ícone do jornalismo esportivo e da TV brasileira.
Lenda do jornalismo, Leo Batista foi o primeiro a noticiar o suicídio de Getúlio Vargas; VÍDEO
Léo Batista, uma das maiores referências do jornalismo esportivo brasileiro, faleceu neste domingo (19) aos 92 anos, no Hospital Rios D’Or, na Freguesia, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 6 de janeiro, após ser diagnosticado com um tumor no pâncreas. Em uma carreira que se estendeu por mais de sete décadas, Léo ficou marcado por cobrir momentos históricos, entre eles a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954.
Em depoimento ao Memória Globo, o jornalista relembrou como deu, em primeira mão, a notícia sobre o suicídio de Vargas: “De repente, entrou na linha o nosso repórter, gritando: ‘Para, tira o homem do ar, tira esse maluco do ar, manda parar, pelo amor de Deus, para! O homem se matou, o homem se suicidou. Que homem, rapaz? O Getúlio.’”
Ele contou que foi preciso interromper as transmissões de Carlos Lacerda, que atacava Getúlio com veemência na rádio, para anunciar a tragédia: “Atenção, atenção, informo o Globo no ar, edição extraordinária, acaba de se suicidar no Palácio do Catete o presidente Getúlio Vargas.”
A repercussão imediata tornou-se um marco na história da imprensa brasileira, tendo a Rádio Globo como protagonista. “Evidente que o Brasil tomou conhecimento pelo Repórter Esso porque a Rádio Globo tinha 7 quilômetros, a Nacional tinha 50 e não sei quantos transmissores”, afirmou. No entanto, seus colegas da emissora concorrente o reconheceram como o primeiro a dar a notícia.
Desde então, Léo Batista se consolidou como uma das vozes mais conhecidas das transmissões esportivas. Contratado pela Globo em 1968, participou de quase todos os telejornais da emissora, atuando por 55 anos ininterruptos. Seu estilo, técnica e conhecimento do esporte inspiraram várias gerações de profissionais da comunicação.