Regionais : Brasilianista explica como Trump pode atacar Lula com custo mínimo
Enviado por alexandre em 19/01/2025 21:02:32


Donald Trump. Foto: Divulgação

A reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2024 promete ampliar o foco do país na América Latina.

Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly e especialista em política latino-americana, destaca que um novo governo Trump deverá adotar uma abordagem pragmática, priorizando os interesses americanos, com ênfase em políticas de imigração e no combate ao tráfico de drogas.

Trump deve marcar um período de forte interesse na região, algo não visto desde a administração de Bill Clinton (1993-2000), que focou no livre-comércio. No entanto, a estratégia de Trump será mais voltada para interesses específicos dos EUA, como o endurecimento das políticas anti-imigração.

A abordagem poderá beneficiar países ideologicamente alinhados com Trump, como a Argentina sob Javier Milei, que pode ter acesso a cadeias de suprimentos e financiamentos, enquanto outros, como o Brasil, liderado por Lula, podem enfrentar retaliações econômicas, como sanções ou tarifas.

Winter prevê que Trump provavelmente lançará críticas severas contra o governo de Lula, com ameaças de sanções, especialmente considerando o apoio dado pela família Bolsonaro durante a campanha de Trump. “Há uma contagem regressiva para o primeiro tuíte de Trump criticando Lula e ameaçando sanções, a menos que Jair Bolsonaro seja autorizado a se candidatar novamente em 2026”, afirmou Winter.

A relação entre os Estados Unidos e o Brasil, sob a administração de Trump, será marcada por desafios e incertezas. Embora o Brasil não seja uma prioridade para os EUA em questões como imigração e tráfico de drogas, Trump pode vê-lo como um alvo fácil para sua retórica agressiva.

O comércio com o Brasil, que atingiu US$ 120,7 bilhões em 2023, representa uma pequena fração do comércio total dos EUA, o que torna as retaliações contra o país menos prejudiciais para os interesses americanos.

Brian Winter. Foto: Divulgação

Winter também aponta que, se Trump decidir focar suas críticas no Brasil, o país poderá ser penalizado economicamente, com tarifas e outras punições. Além disso, o Brasil pode ser visto como uma peça chave no jogo geopolítico dos EUA, especialmente em relação à Venezuela, com a Casa Branca buscando utilizar o Brasil como um intermediário para dialogar com Caracas.

Líderes latino-americanos como Javier Milei, na Argentina, e Nayib Bukele, em El Salvador, devem ser beneficiados politicamente com o apoio de Trump, mas a pergunta que fica é se haverá consequências econômicas tangíveis para esses países. Winter acredita que, com a ascensão de líderes conservadores na região, Trump se tornará uma figura de influência crescente, especialmente entre aqueles que buscam apoio internacional para suas agendas internas.

Além disso, a relação entre os EUA e países como o México, Costa Rica e República Dominicana, que já estão se beneficiando de políticas de nearshoring, pode se intensificar, uma vez que Trump busca reduzir a dependência dos EUA em relação à China, incentivando a produção na América Latina.

A política dos EUA em relação a regimes como o de Cuba e Venezuela também pode sofrer mudanças significativas. Winter sugere que o governo Trump pode adotar táticas mais duras, mas sem retornar à estratégia da “máxima pressão”, que incluía embargos severos e tentativas de desestabilizar os regimes de Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel.

A relação dos EUA com a Venezuela, em particular, é vista com cautela, considerando a posição crítica de Lula em relação ao regime de Maduro. A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trará uma reorientação pragmática das relações entre os dois países, com foco na segurança, imigração e políticas econômicas.

O Brasil, em particular, pode enfrentar novos desafios, com uma possível retórica agressiva de Trump, enquanto outros países da América Latina podem ser favorecidos pela aproximação com o ex-presidente. O impacto dessa nova fase das relações EUA-América Latina será decisivo para os próximos anos, com possíveis reconfigurações políticas e econômicas na região. (Com informações do UOL)

Nas vésperas da posse, trumpistas brigam por proibição de visto especial de trabalho


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: AF

Um impasse em torno do visto H1B, oferecido a profissionais estrangeiros qualificados, coloca em lados opostos conservadores alinhados a Donald Trump e vozes influentes do Vale do Silício. A divergência ocorre justamente às vésperas da posse do presidente eleito, que tomará posse nesta segunda-feira (20). As informações são da Folha de S.Paulo.

De um lado, apoiadores do movimento Maga (“Make America Great Again”) defendem restrições à imigração —caso de Steve Bannon, um dos expoentes do grupo—, que critica empresários como Elon Musk por defenderem a manutenção do H1B. Nascido na África do Sul, o bilionário chegou aos Estados Unidos com esse tipo de visto e se tornou cidadão americano, investindo pesado na campanha de Trump.

O presidente eleito, por sua vez, afirmou em ocasiões anteriores que gostaria de restringir a concessão do H1B, alegando que estrangeiros estariam tomando vagas de trabalho dos americanos. Ao mesmo tempo, Musk —que conquistou um cargo novíssimo no governo— aposta em profissionais vindos de outros países para suprir as necessidades de suas empresas, como a Tesla e a SpaceX.

O empresário e dono do X, Elon Musk. Imagem: reprodução.

Enquanto a posição de Trump não fica clara, imigrantes brasileiros aguardam com apreensão. A capixaba “Cláudia” (nome fictício) faz doutorado na Universidade de Michigan e planeja solicitar um H1B para trabalhar legalmente após defender sua tese. A mesma incerteza ronda “Luana” (também nome fictício), que já foi contratada por uma faculdade na Flórida e depende da permissão para lecionar.

Priscila Almeida, 32, residente em Arlington (Virgínia), chegou há dez anos como au pair e hoje está contratada pela Amazon, mas teme não conseguir migrar para o visto de mão de obra especializada. “Todo ano eu tento. É uma loteria”, diz. Ela confia que a influência de Musk no governo possa “amenizar a situação” de quem busca a autorização de trabalho.

Outro caso é o de Anna Paula Maia, 34, que também mora em Arlington com um visto religioso. “Eu tinha uma viagem marcada ao Brasil logo depois da posse, mas cancelei. Minha advogada me desaconselhou por causa do risco de não conseguir voltar”, relata. Ela e outras famílias de imigrantes legais temem que eventuais decisões de última hora do novo presidente compliquem seu futuro no país.

Washington ativa emergência climática por frio intenso antes da posse de Trump


Prédio do Capitólio, sede do Congresso dos EUA. Foto: Divulgação

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou estado de emergência devido às temperaturas perigosamente baixas que atingem a cidade neste domingo (19). Em uma publicação no X (antigo Twitter), ela alertou a população: “19 de janeiro de 2025: Uma Emergência de Clima Frio está ATIVADA. As temperaturas estarão perigosamente baixas durante a noite.”

A medida ocorre na véspera da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que será realizada nesta segunda-feira (20). Além da emergência, um alerta de hipotermia foi emitido, pedindo que a população se proteja contra o frio extremo. “Está frio e vai ficar ainda mais frio hoje em DC. Se precisar sair, vista-se bem e use camadas de roupa”, escreveu Bowser.

Devido ao clima extremo, a cerimônia de posse de Donald Trump foi transferida para um local fechado. O evento ocorrerá na rotunda do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos. Ele confirmou a mudança na sexta-feira (17), explicando que o discurso, juramento e outros ritos serão realizados no espaço interno devido ao risco representado pelas baixas temperaturas.

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