Candidatos que deram informações falsas na declaração de bens serão punidos
Como desculpa esfarrapada, a maioria dos sonegadores, com certeza, vai terminar colocando a culpa em cima de seus contadores.
Por ocasião da apresentação de declarações de bens à Justiça Eleitoral para obter o registro de candidaturas, não foi só na Paraíba em que os postulantes ao pleito deste ano tentaram passar a perna na Justiça Eleitoral, escondendo seus verdadeiros patrimônios. Em outras regiões do país – essa também foi uma prática criminosa bastante comum. Famosos por salários milionários, alguns ex=jogadores e atletas famosos – que estão se lançando na disputa por cargos eletivos, foram também os primeiros a pisaram na bola.
O tetra-campeão mundial Bebeto, candidato a deputado estadual, o jogador Túlio Maravilha, também postulante ao mesmo posto, e o ex-boxeador Maguila que, igualmente vai concorrer a uma vaga à Assembléia paulista, para surpresa geral, apresentaram uma lista sem um único bem aos Tribunais Regionais Eleitorais de seus Estados. Outros também foram bem modestos. Foi esse o caso do ex-jogador Romário que, quanto na ativa, chegou a ter salário de 1 milhão e 700 mil dólares por mês.
Candidato a deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro, o Baixinho declarou à Justiça possuir patrimônio de pouco mais de 883 mil reais, quase o valor apresentado pelo candidato a governador por seu partido aqui na Paraíba, Ricardo Coutinho, a maior parte em cotas em bares e restaurantes e uma moto BMW no valor de 23 mil. Pelo jeito, Romário está numa tremenda pindaíba. Só sendo.
Marcelinho Carioca, também candidato a deputado federal pelo PSB de São Paulo, declarou possuir bens de apenas 703 mil reais. Não é proprietário de um único imóvel, nem qualquer veículo. O homem está pobre de Jó. Dá para acreditar? O ex-goleiro Danrlei, do Grêmio Portoalegrense, que busca seu primeiro mandato de deputado estadual pelo PTB do Rio Grande do Sul, é outro que tem patrimônio bem modesto. Só 740 mil, sendo 500 mil em cotas de uma empresa.
Como se vê – de norte a sul, de leste a oeste deste Brasil – o que não falta é candidato escondendo patrimônio, numa tentativa clara de burlar a lei e enganar a Justiça e a própria opinião pública, o que não deixa de ser um péssimo exemplo, principalmente para quem está iniciando uma carreira política. Na Paraíba, onde um conhecido deputado federal declarou não possuir um único bem, o Ministério Público já avisou que – quem apostar na impunidade, vai se dar mal.
Todos os candidatos que forneceram informações falsas na declaração de bens por ocasião do pedido de registro de candidatura – vão responder por crime eleitoral. Para isso, basta que qualquer cidadão formalize a denúncia. A punição vale tanto para os que ocultaram bens, como para os que declararam valores patrimoniais abaixo do real. Como desculpa esfarrapada, a maioria dos sonegadores, com certeza, vai terminar colocando a culpa em cima de seus contadores.
Aguinaldo Mota com cometários de Antonio Malvino
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