Justiça : VOCÊ ACREDITA?
Enviado por alexandre em 21/05/2012 15:13:35



Assembleia Legislativa: Previsão para esta terça-feira não é de pizza

Da reportagem do Tudorondonia

Porto Velho, Rondônia – Nesta segunda-feira (21) os veículos de comunicação interessados na cobertura da reunião da Comissão Parlamentar Processante (CPP) de terça-feira (22) devem apresentar à Assembleia Legislativa a lista dos jornalistas que farão a cobertura da programação. Devido à possibilidade de pessoas indignadas jogarem ovos e saquinhos com fezes em deputados, a segurança será reforçada e os visitantes serão revistados.

Na terça-feira, a partir das 9 horas, será lido o relatório do deputado Edson Martins (PMDB-Urupá), na CPP, e os advogados dos deputados indiciados pela Polícia Federal na Operação Termópilas apresentarão defesa oral. Em seguida os membros da comissão votarão pela absolvição ou pela aplicação de penalidades, que podem resultar na perda do mandato. Como parte do segmento organizado da sociedade teme por uma pizza gigantesca, estão sendo organizadas manifestações para o dia da votação.

Acontece que a temida pizza, se houver, não deverá ser servida na reunião da CPP de terça-feira. A comissão é formada pelos deputados Edson Martins, Adelino Follador (DEM-Ariquemes), Lorival Amorim (PMN-Ariquemes), Valdivino Tucura (PRP-Cacoal) e Eurípedes Lebrão (PTN-São Francisco). Este último não vota, por ser o presidente, mas os tres primeiros se comprometeram em votar pela cassação dos mandatos dos oito deputados investigados.

Pelas recentes declarações do deputado Valdivino Tucura, são grandes as chances de ele votar pela absolvição de todos os acusados. Ele tem dito que não há provas suficientes para cassar nenhum mandato, e também tem reclamado do que chama de curto prazo para a apresentação da defesa dos parlamentares investigados.

A reportagem do Tudorondonia apurou que os deputados Edson Martins, Lorival Amorim e Adelino Follador estão comprometidos em votar pela cassação dos mandatos, após ouvir a defesa dos advogados dos acusados. Se um dos tres “roer a corda”, a votação ficará em dois a dois e terá que ser desempatada pelo deputado Lebrão.

A equipe do Tudorondonia também conversou com Lebrão. Ele afirmou que, por tudo o que viu nas ações judiciais e também na defesa apresentada pelos deputados, votará pela cassação dos mandatos. Isso deve afastar a possibilidade de ser servida pizza na terça-feira. Lebrão tem dito o seguinte: “Se houver alguma pizza quero que me convidem. O trabalho aqui é sério”.
Sob o comando de Lebrão, a CPP tem cumprido todos os prazos, apesar da insistencia de Valdivino Tucura, nas reuniões, de conceder mais prazo para os deputados acusados de beneficiar a quadrilha que se especializou em saquear os cofres públicos.

Serão julgados o deputado Valter Araújo (PTB-Porto Velho), apontado como o chefe da quadrilha que desviava recursos públicos, e também Epifania Barbosa (PT-Porto Velho), Ana da Oito (PT do B-Nova Mamoré), Zequinha Araújo (PMDB-Porto Velho), Euclides Maciel (PSDB-Ji-Paraná), Fávio Lemos (PR-Porto Velho), Saulo Moreira (PDT-Ariquemes) e Jean Oliveira (PSDB-Porto Velho), acusados de dar suporte a quadrilha através de voto em plenário.

De acordo com o que foi apurado pela Polícia Federal, a quadrilha “prensava” o Executivo. Se o dinheiro de contratos de empresas que pertenceriam ao deputado Valter Araújo não era pago em dia pelo Estado, projetos de interesse do governo não eram aprovados. O contrato deveria ser pago mesmo que a empresa não executasse todo o serviço.

Valter Araújo, por sua vez, teria pago propina aos deputados para que eles votassem de acordo com sua vontade. Conforme as investigações, se os pagamentos do contrato estavam em dia, Valter entregava dinheiro de propina para que os parlamentares aprovassem projetos polemicos, de interesse do Executivo.

O Tudorondonia também teve acesso ao relatório do deputado Edson Martins. Ele não especificou qual será o voto, mas pelo teor do documento ficou claro que a decisão será de cassação do mandato dos oito acusados. O deputado cita detalhes de como os indiciados receberam dinheiro que teria sido desviado do governo.

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