Espigão: Sentença de 25 anos de prisão para assassinos de índio em maio de 2008
O indígena tinha apenas 14 anos e foi morto por tocaia, no distrito 14 de Abril em maio de 2008. Zedequias Pereira de Souza da mesma idade que estava de carona com o indígena, também foi atingido pelos disparos, mas sobreviveu.
O crime de homicídio praticado segundo denúncia do ministério publico, por Willian de Oliveira Silva e Armindo Conceição da Silva – vulgo Gato Preto – foi planejado e foi cometido por vingança. Os dois condenados, segundo o promotor Glauco Maldonado, podem ter planejado o homicídio e na tarde do domingo 18 de maio de 2008, executaram a tiros o índio menor de 14 anos, Mosés Cinta-Larga e ainda tentaram conta o carona da mesma idade, identificado nos altos como sendo Zedequias Pereira de Souza, que inclusive estava no julgamento dos réus, que aconteceu no inicio da tarde desta quarta (28). Willian de Oliveira Silva e Armindo Conceição da Silva são foragidos do presídio Urso Branco na capital rondoniense. Os dois foram condenados a 27 anos de prisão pelo sequestro e morte de Martinho de Lemburg – sócio proprietário do Supermercado Trento – eles cumpriam prisão em regime semi-aberto no presídio Urso Branco em Porto Velho.
O julgamento dos réus aconteceu há revelia devido à fuga. O advogado de defesa Walter Bernardes, disse que vai recorrer da sentença proferida pelo Meritíssimo Juiz Wanderlei José Cardoso. O júri considerou culpados os réus pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e também porte ilegal de armas. O Magistrado condenou os dois réus pelo homicídio de Moisés Cinta-Larga a 14 anos de detenção em regime fechado, pela tentativa de homicídio contra Zedequias Pereira de Souza a 7 anos em regime fechado e pelo porte ilegal de armas, diga-se de passagem, de calibres exclusivos das Forças Armadas, em 4 anos além de multa de R$ 680, para cada, totalizando a pena de reclusão de 25 anos. A época, o crime teve repercussão em toda a mídia nacional, visto que meses antes, índios haviam torturado e executado com requintes de crueldade, 29 garimpeiros que faziam a retirada de diamantes da reserva Roosevelt. Segundo o promotor de Justiça de Espigão, Willian de Oliveira Silva e Armindo Conceição da Silva, tinham maquinários de extração ilegal de diamantes na reserva e dias antes haviam sido expulsos pelos índios. Por isso o crime foi considerado por motivo fútil.
Em entrevista o Juiz Wanderlei José Cardoso declarou que acha muito difícil que o advogado dos réus Willian de Oliveira Silva e Armindo Conceição da Silva, doutor Walter Bernardes consiga recorrer da sentença como afirmou em entrevista ainda no Tribunal. “Dados aos detalhes do processo, acho extremamente difícil nesse caso”, finalizou agradecendo a imprensa pela cobertura.
Fonte: Salim Salles
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