Unir não terá vestibular neste ano, afirma reitora Berenice Tourinho
Ao confirmar a suspensão do calendário acadêmico do segundo semestre da Universidade Federal de Rondônia, UNIR, a professora reitora, Berenice Tourinho, em entrevista à imprensa, anunciou o cancelamento do vestibular deste ano. A anulação é um dos impactos da greve nacional dos professores e técnicos administrativos, que completa quase três meses e não tem previsão para encerrar. Com a suspensão do calendário acadêmico divulgado no dia(9), pelo Conselho Acadêmico (CONSEA), os candidatos aprovados no vestibular da Unir em 2011, que aguardavam o ingresso no segundo semestre deste ano, também serão prejudicados. Os cursos que deveriam iniciar a partir deste mês de agosto estão entre os mais concorridos na instituição: medicina, direito e enfermagem. Outro impacto da suspensão é o atraso da colação de grau dos acadêmicos de cursos que seriam concluídos no segundo semestre do ano. Em alguns casos, os estudantes contavam com o diploma para tomar posse em concursos públicos. FALTA ESTRUTURA Recém saído de uma greve que perdurou vários meses, no final do ano passado, a Unir enfrenta diversas dificuldades estruturais nos campus. Segundo Berenice Tourinho, a universidade não tem espaço físico para finalizar as aulas pendentes do primeiro semestre, iniciar os cursos de segundo semestre e ainda recepcionar novos alunos que seriam aprovados no vestibular.
“Sempre vai ter um semestre acavalado até normalizar a situação”, destaca a reitora ao mencionar que da última vez que a Unir teve o calendário acadêmico suspenso, demorou cerca de dois anos para regularizar o ciclo de início e conclusão de cursos. GREVE Em assembleia realidade pela Associação dos Docentes da Unir – Adunir, nesta quinta-feira (9), professores decidiram pela continuação da greve, por tempo indeterminado. O movimento tem ganhado força e mais adesão após o Ministério da Educação ter anunciado, que as negociações com a categoria estavam concluídas e que os docentes haviam aceitado a proposta do Governo Federal. A categoria reivindica principalmente, melhores condições de trabalho nos campus das universidades, reajuste salarial e revisão do plano de carreira. De acordo com a reitora Berenice Tourinho o salário oferecido pelo Governo Federal não chega à metade do ofertado em outros órgãos públicos. A professora citou o exemplo de dois técnicos de nível superior em engenharia, contratados pela Unir com um salário de cerca de R$ 3 mil, que após dois anos saíram da instituição para trabalhar em um dos tribunais do Estado, com salário de R$ 6 mil.
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