Entenda melhor a função dos deputados estaduais Na Assembleia Legislativa, eles representam a sociedade. Cientista político diz que sistema confunde eleitor na hora do voto Fonte: G1
De todos os cargos do Poder Legislativo, o de deputado estadual é o que está mais perto das necessidades da população. Na Assembleia Legislativa são discutidos repasses de recursos e leis que beneficiam os mineiros. Por isso é importante pensar bem antes de fazer sua escolha na urna.
O modelo de Assembleia como nós conhecemos surgiu em 1935. Com o golpe militar, a casa foi desativada, já que todas as decisões eram do Poder Executivo. Com o fim da Ditadura, teve início o modelo de democratização brasileira.
O secretário-geral da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), José Geraldo de Oliveira Prado, relembra o período que segue a Ditadura. “Em 1985, quando entrei pra cá era véspera da grande eleição que mudou o país inteiro, a eleição da esperança, da redemocratização, e a Assembleia reproduziu isso aqui também. Minas Gerais reproduziu, com uma mudança muito forte no perfil dos representantes dos deputados aqui dentro”, disse.
oder Legislativo é a voz do povo nos governos federal, estadual e municipal. Quando se elege um deputado é dado a ele uma responsabilidade muito grande, o poder de decidir a vida de toda a sociedade. Entre as várias funções, o deputado estadual deve fiscalizar o governador e determinar como e onde será investido o dinheiro dos impostos. O que é decidido na Assembleia Legislativa tem que ser respeitado por todos.
É importante que as regiões do estado estejam representadas pelos deputados eleitos, que vão fazer parte do debate público sobre alocação de recursos e vão representar diferentes necessidades. Em outubro, o Legislativo vai ser renovado e é o leitor que vai decidir se essa representatividade aumenta ou diminui. É também nas urnas que vai ser definido que tipo de candidato vai ocupar uma dessas cadeiras.
De acordo com Prado, há um amadurecimento da democracia no Brasil e em Minas Gerais. “Com isso, aumenta a expectativa a respeito do representante, seja vereador, deputado estadual, federal, senador, governador ou prefeito. A sociedade se torna mais exigente, começa a entender o papel do seu representante e a cobrar mais dele”, disse o secretário-geral da mesa diretora.
O cientista político Carlos Ranulfo Félix, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ressalta a importância de uma escolha consciente dos representantes do Legislativo. “Historicamente, até porque somos um país presidencialista, e antes fomos um país de chefes, coronéis, nós temos uma fixação muito grande no Poder Executivo, em que aparentemente faz, manda fazer e tal. O que é completamente equivocado, porque o Executivo no presidencialismo não faz nada que não seja aprovado pelo Legislativo. Portanto, o voto no Legislativo é um voto fundamental, só que as pessoas não pensam assim”, disse.
Desde a década de 60, Félix estuda o comportamento do eleitor. Para votar bem é preciso estar bem informado, o que nem sempre acontece. “É mais fácil escolher um partido do que escolher um indivíduo. Nosso sistema, que tem muitos partidos e um milhão de candidatos, torna a escolha mais confusa ainda para um eleitor que não busca informação. Junta-se as duas coisas, nós temos pouca informação e uma oferta excessiva, da qual a maior parte não significa nada, disse.
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