Regionais : Comunista Netinho passa Marta na disputa pelo Senado
Enviado por alexandre em 19/09/2010 18:53:37



Desde que, semana passada, a pesquisa do Datafolha mostrou o cantor de pagode e ex-apresentador de TV Netinho de Paula (PCdoB), de 40 anos, na liderança das intenções de voto para o Senado em São Paulo - ele tem 36%, contra 35% de Marta Suplicy (PT) e 21% de Romeu Tuma (PTB) -, a cúpula de sua campanha iniciou uma estratégia que privilegia o Netinho sambista, apresentador e celebridade, no corpo a corpo das ruas, enquanto suspende entrevistas individuais e debates do candidato ao Senado José de Paula Neto, seu nome de batismo.

Nos comícios na periferia da capital e em cidades do interior - muitos ao lado dos companheiros petistas de coligação Aloizio Mercadante e Marta Suplicy -, Netinho reina absoluto diante de uma plateia que é mais fã que eleitora.

E que se identifica com a trajetória de menino pobre, ex-vendedor de balas nos trens suburbanos, ex-morador do conjunto habitacional de baixa renda Cohab 2 em Carapicuíba (município distante 28 quilômetros do Centro de São Paulo) que enriqueceu cantando pagodes sobre a periferia.

Mas a ascensão de Netinho expôs o lado vulnerável do político iniciante: um vereador que se elegeu em 2008 como terceiro mais votado (84.406 votos), mas de trajetória inexpressiva.

Apesar de ter apresentado bons projetos em educação e na área de infância e adolescência, segundo as ONGs Transparência Brasil e Voto Consciente, é dos que menos comparecem às comissões, votações e discussões.

É um comunista às turras com seu patrimônio (mora numa casa de 2 mil metros quadrados num condomínio de ricaços em Alphaville, avaliada em mais de R$ 2 milhões, que sumiu de sua declaração de bens na Justiça Eleitoral) e um dos poucos políticos que viu seu patrimônio diminuir: de R$ 1,3 milhão declarados em 2008 para R$ 192,6 mil este ano (queda de 86%).

- Ele usa a comunidade para seu projeto pessoal - diz Saadi, um jornaleiro de Carapicuíba. - E tem uma vida cheia de escândalos, que mostram o que ele é.

Os opositores não passam um dia sem lembrar um episódio do qual o cantor já se desculpou um sem-número de vezes: a agressão, em 2005, à ex-mulher Sandra Crunfli, resolvida com um acordo na Justiça.

Ou o soco, na festa de entrega do Troféu Raça Negra, em 2005, no apresentador Rodrigo Scarpa, do "Pânico na TV", após uma pergunta maliciosa - resolvido na Justiça com uma indenização.

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