Justiça : PF NO JOGO
Enviado por alexandre em 16/07/2013 13:32:49


Políticos esperneiam contra prisões de marginais do poder e provoca a entrada na PF no caso
‘Democracia não é regime de governantes bonzinhos, mas que é regime que não deixa governantes fazerem o que querem’. A célebre expressão é do ex-senador e prefeito de Manaus, Artur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto [PSDB].

A frase pode explicar um pouco da celeuma a que se envolveram desde a deflagração da ‘Operação Apocalipse’, o presidente afastado da ALE-RO, deputado José Hermínio Coelho [agora PSD e ex-PT], o governador Confúcio Moura e o secretário da Segurança Pública, Marcelo Bessa – delegado licenciado da Polícia Federal.

O imbróglio tem a ver com o afastamento de Hermínio, as prisões de deputados e vereadores acusados de estarem ligados ao ‘núcleo central da quadrilha liderada pelo narcotraficante de alcunha Beto Baba e estourada pela Polícia Civil’.

Esse ‘núcleo’, segundo o secretário Bessa, ‘recebia financiamento, em dinheiro, para campanhas políticas e vinha sendo investigado há 18 meses’.

As prisões, de acordo com os autos, foram autorizadas pelo Judiciário rondonienses e levou para a cadeia, entre outras personagens, os vereadores Marcelo Reis [PV], Jair Montes, Eduardo da Milla [PV] e a deputada Ana da 8. E há menos de um ano, prendeu o ex-presidente, agora, foragido Walter Araújo [PTB].  

As ações da Polícia Civil, por isso, abalaram os pilares da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, cujo ápice levou um grande baque políticos já investigados em outras operações sob a égide da Polícia Federal, as temidas operações ‘Termópilias e Dominó’, respectivamente.

No desdobramento das ações de mandado de busca, apreensão e prisão Beto Baba, bem como da prisão do filho de Hermínio Coelho, o parlamentar insiste tratar-e de ‘perseguição, revanche e política e um possível retorno da caça às bruxas, desta feita, em Rondônia’.

Contestado Hermínio, em ampla nota divulgada na mídia, o secretário da Segurança afirma que ‘a acusação do parlamentar não passa de injúria’. Além de considerar os ataques à sua pessoa ‘como uma verdadeira piada’.

O QUE ASSUSTA A ALE-RO? – Conversas de bastidores deram conta de que, ‘Bessa pleiteava vaga no Tribunal de Contas do Estado’. Informação negada, Hermínio deu início a uma suposta campanha de desestabilização do Governo, denunciou a irmã e o cunhado do governador por tráfego de influência, chantagem e propina. Além de uma possível vinculação de Beto Baba com Confúcio Moura.

Contudo, disseram palacianos nesta segunda-feira, ‘nós, cidadãos rondonienses, esperamos, agora, pelos procedimentos legais e finais’. Afinal, cada caso requer uma medida. Tanto o governador deve provar inocência, quanto Hermínio e os deputados avalizados por ele que o elegeram chefe do Poder Legislativo.

Ainda em viagem, a versão do governador é esperada com ansiedade pela opinião pública. É que a ‘Apocalipse fora deflagrada na véspera que Confúcio repassou o cargo ao vice Airton Gurgarcz’, o que levou opositores do Governo e do deputado Hermínio ainda não deglutirem o episódio com a mesma velocidade que as denúncias se renovam.

Da parte de servidores antenados da ALE-RO [vigias e seguranças] e Câmara de Vereadores, ‘o tempo do poder é tenro, tudo pode mudar a cada quatro anos e, inclusive, nada’. E ninguém se disse surpreso com a Operação Apocalipse deflagrada pela Polícia Civil; até porque a mídia alardeou o que disse, em entrelinhas, o governador; ‘Vem por aí uma operação pior do que a Termópilas’.

Eu, também, não fiquei surpreso’, disse a este site de notícias, o publicitário e gráfico Henrique Ferraz.

FALOU E DISSE - Em linhas gerais, essa foi a primeira vez que um presidente da ALE-RO falou em pública sobre o caso envolvendo deputados acusados e presos por corrupção, associativismo ao narcotráfico e nepotismo.

FORA DA CASINHA - Questionado sobre a relação que teria com Beto Baba e Fernando da Gata – este preso na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, e recambiado a Capital Porto Velho – e o que achou das revelações da Operação Apocalipse, o ainda deputado José Hermínio Coelho, no entanto,  apenas respondeu que ‘tudo não passa de retaliação política e injustiça’.

CÔNCAVO E CONVEXO II – Entre os desabafos de Hermínio e Marcelo Bessa, fica a impressão de que ‘ninguém tem culpa no cartório’. No Legislativo Estadual e na Câmara, o impacto foi maior, revelam analistas em segurança: ‘Há presos, indiciados e vinculação de deputados, vereadores, empresários e colaboradores com os que chefiam o esquema’.     

Todos agora esperneiam, atestam.

MODUS OPERANDI – Cada deputado estadual tem direito a emendas em valores variados. A ferramenta é usada pelos legisladores para levar obras e benefícios ao interior e à Capital do Estado por onde são eleitos. Dos acusados, apenas a deputada pelo Município de Nova Mamoré, Ana da 8, assinou em Cartório que daria ‘33% de seus vencimentos aos financiadores de sua campanha’.

Foi a única envolvida do esquema revelado pela Operação Apocalipse a dá um tiro no pé.

CAIXA DE PANDORA – Um segundo ex-assessor do presidente afastado confidenciou a este site de notícias, que o imblóquio entre o Legislativo e o Executivo teria começado quando o governador decidiu não atender mais os favores e nomeações na SEDUC, SEDAM, SEDES ou demitir vigilantes escolares, sobretudo de opositores.

Sobre essa suposta retaliação, o ex-assessor revela que, ‘Hermínio é incontrolável’. Ele mesmo, por isso, apesar de ter defendido um plano para fazer dele deputado federal, senador ou mesmo vice-governador, ‘não suportei as mudanças de hábitos do deputado’.

O PODER DAS EMENDAS – A ferramenta as emendas perseguidas por parlamentares é usada, também, para garantir afago de eleitores, vereadores e prefeitos a fim de reafirmarem promessas feitas nas campanhas em suas bases eleitorais. Diante do imbróglio, em virtude do Governo não cumprir os acordos, alguns deputados se aliaram a Hermínio e tocaram fogo no plenário e atiçaram a mídia.

Outras fontes disseram a este site que, ‘se o Governo não paga as emendas é melhor não ter’ porque isso provoca descrédito político junto ao eleitorado de cada parlamentar’. Segundo elas, ‘não há nada pior para um político carreirista do que promoter à população e não cumprir’. Contudo, a maioria defende o fim das emendas, sobretudo em Estados pobres ou extremamente pobres como Rondônia, cujo PIB não chega a influenciar muito no ranking nacional.

Xico Nery é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, TV, Repórter Fotográfico e CONTATO de Agências de Notícias nas Amazônias, Países Andinos e Bolivarianos.

Fonte: Xico Nery-NewsRondonia

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