Regionais : Cabos eleitorais admitem compra de votos ao MP
Enviado por alexandre em 10/10/2010 15:53:58



Seis pessoas que prestaram depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) na última sexta-feira (8) sobre um suposto esquema de compra de votos denunciado pelo senador Arthur Virgílio Neto (PSDB) admitiram ter enviado documentos à coordenação de campanha para contratação. Além disso, informaram ter recebido dinheiro no dia 1º de outubro por meio de cartões bancários, mesmo sem ter trabalhado na campanha dos candidatos eleitos Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), acusados pelo senador derrotado de abuso de poder econômico. Cinco depoentes classificaram o fato como "compra de votos".


O Terra teve acesso aos termos de declaração por meio da assessoria do senador Athur Virgílio. Os advogados da coligação acompanharam todos os depoimentos no MPF, na sexta-feira (8), e obtiveram cópias dos depoimentos.

Um dos eleitores, Antônio Carlos Rodrigues Assis, contou que foi contratado para trabalhar para os candidatos Vanessa Grazziotin e Eron Bezerra (PCdoB), como coordenador, mas não chegou a participar da campanha. Ele confirmou ter recebido cartão com R$ 1.200 disponíveis para saque e informou ainda ter entregado R$ 20 a 20 pessoas para que votassem nos dois candidatos.

De acordo com o termo de declarações registrado pelo MPF, Tonmir Rodrigues Saunier relatou ter sido contratado para trabalhar em Parintins para os candidatos ao Senado Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin e para Eron Bezerra. Ele afirmou que foi encarregado de reunir um grupo de eleitores, que receberiam R$ 30. No depoimento, Tonmir relata que reuniu 83 pessoas que trabalharam por 20 dias, todas orientadas a votar nos três candidatos.

Paulo Augusto Vieira Bulcão, Evandro Ferreira Cid e Amanda da Silva Canto disseram ter recebido proposta para trabalhar para os candidatos Eduardo Braga, Vanessa Grazziotin e Henrique Medeiros, candidato a deputado estadual, por volta do dia 20 de setembro. Eles também relataram ter recebido cartão bancário para sacar R$ 600, no dia 1º de outubro, mas disseram não ter trabalhado na campanha eleitoral. Naimy Picanço Nomiyama disse ainda que todos os contratados se comprometeram a votar nos candidatos em troca de R$ 600. Os contratos divulgados pela assessoria da coligação são datados dos dias 1º e 2 de setembro.

A única a sustentar que trabalhou na campanha dos candidatos e que participou de todos os eventos, segundo os termos de declaração, foi Enoly Gonçalves de Vasconcelos. Ela disse ter participado de reuniões, passeatas e comícios dos candidatos para os quais trabalhou.

Raul Zaidan, coordenador financeiro da coligação "Avança Amazonas", da qual fazem parte Grazziotin, Braga e Eron Bezerra, reafirmou que os cabos eleitorais foram contratados para captar votos de maneira legal. Segundo ele, a coligação processará todos os que disseram ter comprado votos com o dinheiro recebido ou os que afirmaram não ter trabalhado na campanha. "Se essas pessoas fizeram qualquer coisa ilegal, elas devem ser punidas. Garanto que não foram orientados para isso", disse.

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