Regionais : Painel político com Alan Alex
Enviado por alexandre em 13/10/2010 17:01:15



Fazendas
O motivo que levou a Assembleia a bancar grande parte da campanha de José de Abreu Bianco a prefeitura de Ji-Paraná não foi revelado por Moisés de Oliveira em seu depoimento. Mas os leitores que puxarem um pouco pela memória vão se lembrar que no governo de José Bianco, praticamente todos os deputados mantinham umas tais “fundações assistencialistas” e os recursos eram repassados pelo governo do Estado. E era uma grana preta. Só para exemplificar, Ronilton Capixaba, Kaká Mendonça, Mileni Mota, Maurão de Carvalho, Haroldo Santos, Carlão de Oliveira, Sueli Aragão e Marcos Donadon tinham fundações que recebiam por mês, valores que iam de R$ 50 a R$ 150 mil. Kaká e Maurão compraram juntos uma fazenda por R$ 700 mil. Pagaram R$ 350 mil e o restante em parcelas de R$ 50 mil, que coincidentemente era o valor que suas fundações recebiam mensalmente.
Pontinha
O que veio à tona na Dominó foi a ponta do iceberg de toda a pilantragem que acontecia na Assembleia Legislativa. Por isso os deputados bancaram campanhas de Bianco e Mileni. O primeiro repassava uma fortuna, via fundações e a segunda tinha sido candidata a vice-governadora de Natanael Silva em 2002 e o acordo é que, caso não fosse eleita, disputaria em 2004 a prefeitura de Rolim com as “bênçãos” da Assembleia. E foi o que aconteceu.
Escândalo
Muita gente ficou surpresa com a participação do deputado Neodi Carlos, atual presidente da Assembleia, no caixa dois que havia sido organizado por Carlão de Oliveira. Muitos achavam que ele apenas “havia herdado” servidores fantasmas de seu antecessor, Paulo Moraes, mas não, foi muito pior. A aeronave comprada por Neodi deveria ter sido apreendida pela Polícia Federal e leiloada, já que foi adquirida com dinheiro roubado.
Dificuldades
A equipe de campanha do candidato João Cahúlla vem encontrando dificuldades enormes para crescer entre o eleitorado neste segundo turno. Isso porque na verdade, a equipe de marketing utilizada por Cahúlla é a mesma que sempre atendeu Ivo Cassol e essa turma nunca enfrentou uma campanha de verdade. Explico.
Anteriores
Em 2002, primeira eleição de Ivo Cassol, o cenário lhe era totalmente favorável. Ele estava disputando com José Bianco, que tentava a reeleição após demitir mais de 10 mil servidores públicos; Mauro Nazif, que era deputado estadual e naquela época seu nome não era conhecido além de Candeias do Jamari; Natanael Silva, que vinha de um desgaste enorme devido ao grande número de problemas que teve enquanto presidente da Assembleia, e os demais, Adílson Siqueira e Edgar Azevedo. Cassol vinha de uma prefeitura pequena, de uma região extremamente populosa, que é a Zona da Mata com o apoio de Expedito Júnior, que já era velho conhecido do eleitorado rondoniense.
Cenário
Em 2002, o cenário era totalmente favorável a Ivo e seu grupo. As contas do Estado estavam praticamente em ordem e mesmo assim, ele quase foi cassado por uma Assembleia que era corrupta até os ossos. Liberou as fitas gravadas clandestinamente por puro desespero para não ser cassado e isso lhe rendeu dividendos, junto a uma população que já estava cansada de ver tanta bandalheira lá pelos lados da Assembleia.
Próxima
Em 2006 Ivo Cassol e sua equipe de marketing não tiveram problemas. Também não havia adversários. À exceção de Fátima Cleide que fez uma campanha praticamente sozinha, sem apoio da prefeitura de Porto Velho e com uma equipe reduzida, os demais candidatos jogaram a toalha logo após o primeiro mês de campanha. Amir Lando sumiu e deixou seu vice, Hamilton Casara sozinho; Carlinhos Camurça ainda correu um pouco, mas também viu que não dava e largou mão. Cassol teve como maior adversário parte da Igreja Católica, que distribuiu uns panfletos para os fiéis acusando-o de ser “igual aos deputados corruptos”.
Em 2010
Cassol consegue se eleger senador correndo mais do que esperava e mesmo assim ainda ficou em segundo lugar, o que pode ser considerado uma derrota, já que Valdir Raupp sempre é lembrado por seus adversários como “o homem que quebrou o Beron”, ou “o governador que atrasava os salários”. Mesmo assim, o barbudo de Rolim conseguiu superar Cassol e vem conseguindo superar também o candidato de Cassol, o simpático João Cahúlla. Mas além de Raupp, eles tiveram que enfrentar um adversário fortíssimo, que apesar de ter ficado em terceiro lugar devido a uma série de trapalhadas judiciais, saiu-se como o grande vencedor dessas eleições, Expedito Júnior.
Isso porque
Expedito, que foi derrotado por ele mesmo, foi o grande responsável pelo ingresso de Cassol na vida pública e até o ano passado, convivia com Cassol e seu grupo. Tendo à frente candidaturas de peso como Expedito, Confúcio e Eduardo Valverde, a equipe de marketing de Caúlla/Cassol ficou perdida. E o mesmo teria acontecido em 2006, se tivesse havido um segundo turno. Naquela época, Cassol queria evitar um segundo turno a todo custo, pois sabia que suas chances diminuiriam consideravelmente. O mesmo aconteceu este ano, eles achavam que iriam “liquidar a fatura” no primeiro turno, mas não deu e agora testemunham um distanciamento dos candidatos no que diz respeito a opinião do eleitorado.
Esse fator
Deve-se a uma série de acontecimentos. Primeiro o próprio desgaste natural sofrido por quem está á frente de um governo. Servidores insatisfeitos, adversários aliciando lideranças e a própria dinâmica da democracia, que requer uma alternância, vide a dificuldade do PT no Acre em eleger Tião Viana nessas eleições. Aliado a isso, tivemos o “sangramento” de Expedito Júnior, acompanhado como um “reality show” por todos em Rondônia e isso pesou, já que muitos atribuíram sua derrota a campanha que Ivo Cassol fez contra ele.
Agora
Restam 18 dias para a votação do segundo turno e a equipe de campanha de João Cahúlla está mais perdida que cego em tiroteio. Não estão conseguindo angariar simpatizantes na mídia, os apoiadores de primeiro turno debandaram, assim como alguns partidos aliados, como o nanico PHS que tinha Melki Donadon candidato ao Senado em dobradinha com Cassol. Esse é o cenário político de Rondônia e se a equipe de Cahúlla não encontrar uma ideia salvadora nas próximas horas, podem começar a pensar em procurar outro emprego, porque como marqueteiros, eles são ótimos comandantes de submarino.
Bruxa
As primeiras semanas de outubro estão sendo marcadas por tragédias em Rondônia. Em Porto Velho um homem matou a ex-namorada com quatro tiros no Porto Velho Shopping. Em Guajará –Mirim um agregado matou cinco pessoas da mesma família, incluindo três crianças. Em Ariquemes um carro desgovernado matou quatro pessoas e feriu outras duas. Em Vilhena, um bebê de dois anos morreu após um tanque de lavar roupas de cimento ter virado sobre ele. Também morreu vítima de acidente o presidente da subseção da OAB de Buritis, Jânio Marcelo de Aguiar. E o mês ainda nem está na metade.
Debate
A Rede TV! transmite nesta quarta-feira, a partir das 21 horas, o primeiro debate entre os candidatos João Cahúlla e Confúcio Moura neste segundo turno. Uma ótima opção para conhecer um pouco mais sobre os dois.
Humaitá
Muita gente ficou surpresa com a notícia sobre os postos de fiscalização do IDARON em território amazonense, o que atrapalha a vida da população de Humaitá e região. Os moradores de lá estão pensando em abrir duas estradas vicinais dentro do traçado do Amazonas, isolando assim o trecho de fiscalização do IDARON.
Viagra perigoso
Uma pesquisa inédita da PUC do Paraná em parceria com os NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) sugere que o uso de medicamentos contra a impotência sexual pode aumentar as chances de câncer de próstata. Esse é o segundo tumor mais frequente entre homens -o primeiro é o câncer de pele que não o melanoma. Os pesquisadores avaliaram tumores de próstata de 50 pacientes do Hospital AC Camargo, de São Paulo, e descobriram que, em 30%, há uma redução da função de uma proteína do gene PDE11A, que estaria associada ao câncer de próstata. Acontece que drogas contra impotência (em especial as de longa duração e uso contínuo) também causam, de forma indireta, a diminuição da função dessa proteína, segundo Fábio Rueda Faucz, professor de genética molecular pela PUC e um dos autores do trabalho. "Não queremos impedir a utilização do medicamento. Sabemos que o sol causa câncer de pele, mas nem por isso deixamos de tomar sol. A intenção é reforçar as medidas preventivas", diz ele.





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