Ninho rachado
Os tucanos estão confusos. Uma briguinha que teve início ainda na pré-campanha assumiu esta semana proporções imensas e vem gerando um desgaste entre os líderes do partido, já que uma ala quer ir com Confúcio e outra com Cahúlla. Os culpados são Hamilton Casara e Aparício Carvalho. O primeiro conseguiu manter o controle do partido por ter levado para o ninho Expedito Júnior, na época o favorito para vencer as eleições ao governo do Estado. Aparício, que é um dos fundadores da legenda em Rondônia não gostou e aí começou a confusão.
Motivos
Até o ano passado, o PSDB havia acumulado uma série de dívidas em Rondônia e os tucanos chegaram a ser despejados da sede, que funcionava próximo à biblioteca Francisco Meireles e foram montar o ninho em uma salinha comercial. Por lá ficou até que, com a chegada de Expedito, mudou-se para uma casa na Avenida Marechal Deodoro, onde permanecem. A chegada de Expedito ao partido não foi discutida com Aparício e seu grupo, o que causou um mal estar entre os partidários. A decisão foi tomada por Casara em Brasília, apoiado por seu padrinho, o deputado José Aníbal (PSDB-SP) e esse foi o motivo da discórdia.
Não concorda
Aparício Carvalho nunca concordou com a forma que Expedito chegou ao ninho, mas os dirigentes da legenda, de olho na possibilidade de Júnior ser eleito, colocaram Aparício para escanteio e chegaram até mesmo a cogitar a possibilidade de lançar a candidatura da empresária Ana Elisa Coelho, proprietária da faculdade São Lucas e desafeta declarada de Aparício, como vice de Expedito. Mesmo assim, Aparício ficou quieto e com a derrota de Júnior, deu o bote e decidiu que o partido deve apoiar José Serra para presidente em não ir com Confúcio Moura, como foram os aliados de Expedito.
E isso
Pode ser a grande virada de Aparício Carvalho. A candidatura de Dilma Roussef segue ladeira abaixo e com grandes possibilidades de vir a ser derrotada pelos tucanos. Se isso acontecer, Casara, Expedito e os demais membros da “Aliança” vão enfrentar grandes problemas a partir de 2011, a começar a expulsão do ninho, já que a legenda já mandou recado, quem não estiver com Serra, está contra Serra.
Lógico
Que essa confusão tucana afeta diretamente a campanha de Confúcio Moura, que corre o risco de herdar um grupo de renegados que, sem o apoio da nacional, terão pouca ou nenhuma utilidade. A tal “Aliança” está correndo um grande risco de se transformar em uma torre de babel, cujos construtores ficam de mãos dadas com um, piscando para outro.
Ruim
A política de alianças do PMDB vem causando estragos na campanha de Confúcio Moura. Todo mundo sabe que ninguém governa sozinho, e já estão faltando lotes no governo peemedebista. Isso porque todo mundo que entra no barco, vem abocanhando uma fatia. Já se percebe inclusive internamente as famosas brigas por cargos que sequer existem, sem contar o clima de “já ganhou” que tomou conta do comitê. Isso vem sendo alimentado pela estrondosa votação do casal Raupp, mas vale lembrar que eles é que são bons de voto.
Incerto
O eleitorado também já começa a questionar se realmente é um bom negócio trocar o certo pelo desconhecido. Com essa política aliancista, fica difícil definir, à exceção de alguns poucos, quem serão os novos secretários e como vai funcionar o novo governo. Como já foi dito anteriormente pela coluna, Confúcio Moura poderia apresentar sua equipe, até mesmo para tranquilizar o eleitorado. Pelo menos os cargos mais importantes como secretários de Finanças, Educação, Segurança e Saúde.
Atrapalhando
Uma aliança que também não está ajudando Confúcio Moura é com o PT. Quando circulou a notícia que a senadora Fátima Cleide estava cotada para assumir a secretaria de Educação, centenas de pessoas se manifestaram contra essa possibilidade. O PT, para quem não sabe ou não lembra, fez parte do governo de Valdir Raupp, mas logo no primeiro ano pediu para sair. Na época, a confusão se deu em função do episódio de Corumbiara, quando 16 sem-terra foram mortos pela Polícia Militar em uma desastrada ação de reintegração de posse. O PT, que era nanico, entregou os cargos e se afastou, tornando-se oposição ao governo peemedebista.
Relembrando
Em 09 de agosto de 1995, a Polícia Militar cumprindo um mandado de reintegração de posse na fazenda Santa Elina, matou 16 sem-terra e outros 7, segundo informações do MST, estão desaparecidos. Na época, o conflito poderia ter sido evitado se o governador Valdir Raupp e o secretário de Agricultura do Estado, que era do PT, tivessem interferido, mas não o fizeram. Organismos internacionais até hoje culpam Raupp por omissão. Logo após o episódio, o PT se retirou do governo e a “amizade” em nível de Estado só foi retomada agora.
Assim
Em função desse passado ainda mal resolvido (tem muito petista que não aceita a aliança) os candidatos petistas Eduardo Valverde e Fátima Cleide, estrelas do partido, ainda não foram vistos nos programas eleitorais de Confúcio Moura. Na avaliação dos peemedebistas, isso “queima”.Anselmo e Roberto Sobrinho gravaram programas de rádio em apoio à candidatura de Moura.
Mudanças
Após críticas da coluna em relação ao programa eleitoral de João Cahúlla, mudanças vão ocorrer no programa a partir desta sexta-feira, a começar pela equipe de marketing. Jari Luiz não é mais o responsável pela coordenação, que passou a ser exercida pelo experiente produtor e publicitário Marcelo Suzuki. Nesta sexta, Suzuki se reuniu com a nova equipe e os novos programas prometem. À conferir.
Claro
Que as críticas da coluna serviram para abrir os olhos do pessoal, mas também eles devem ter ouvido horrores de seus aliados nos últimos dias. Os programas eleitorais de João Cahúlla pareciam estar sendo feitos para que ele não ganhasse. Sob nova direção, a coisa deve melhorar.
De Machadinho
A coluna foi procurada, via telefone, por uma pessoa que alega ter uma série de documentos que comprovam a compra da aeronave de Neodi Carlos, presidente da Assembleia, com recursos desviados daquela Casa. A coluna está levantando algumas informações repassadas também por leitores e na semana que vem novidades sobre o caso.
Pesquisa
O IBOPE registrou no último dia 13 a primeira pesquisa do segundo turno em Rondônia. Serão ouvidos 812 eleitores entre os dias 15 a 18. A margem de erro será de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A sondagem foi contratada pela TV Rondônia, afiliada da Globo no Estado e custou R$ 62.326,85. O número de municípios não foi informado. No primeiro turno o IBOPE errou feio o percentual entre os candidatos.
Mão grande
Um site do interior, cujo endereço não vale a pena ser mencionado, copiou a coluna do dia 13, retirou os títulos dos tópicos e publicou como se fosse uma “reportagem” produzida pelo próprio site. O responsável por esse crime de roubo de propriedade intelectual é Ozias Labajos. Carlos Terceiro, que também havia copiado uma matéria do TUDORONDONIA, entrou em contato e disse que a pessoa que estava alimentando seu site havia feito a cópia, mas que já tinha corrigido a informação.
AIDS
O Ministério da Saúde vai oferecer um novo medicamento para pacientes com aids que não respondem mais aos tratamentos convencionais. Depois de três meses de negociação, o governo firmou um acordo com o laboratório Janssen Cilag para compra do antirretroviral etravirina, considerado de terceira geração para tratar a doença. Com a decisão, sobe para 20 a lista de remédios oferecidos no País contra o vírus HIV. A compra, anunciada nesta quinta-feira, 14, é de R$ 4,2 milhões. Serão adquiridos 3.360 frascos, suficientes para atender 500 pacientes durante um ano. A primeira remessa do medicamento, com 488 frascos, já começou a ser distribuída aos Estados. A última incorporação feita pelo ministério na lista de remédios para soropositivos ocorreu em janeiro de 2009, com o raltegravir. O etravirina é atualmente usado no Canadá e na Inglaterra.





Contatos

Painel Político agora conta com MSN – painelpolitico@hotmail.com –exclusivo. Você também pode enviar e-mails para a coluna usando esse endereço. Atendimento aos leitores entre as 14 e 19 horas (on-line nesse período). Basta nos adicionar que poderemos trocar ideias nesse horário. Ou ainda pelo telefone (69) 9907-0701.