Uma declaração infeliz, uma mentira e um novo escândalo sexual. São essas, não necessariamente nessa ordem, as mais novas polêmicas que envolvem o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi que, mais uma vez, pôs em xeque sua continuidade no comando de uma das sete potências econômicas do planeta. A nova derrapada do premiê da Itália começou quando ele, em pessoa, ligou para a polícia e pediu que liberassem uma garota de programa de 16 anos, ao afirmar que ela era sobrinha do presidente do Egito. Pilha pura. Ruby não tinha nenhuma ligação parental com o país das Pirâmides de Gizé, e, em depoimento ao Ministério Público, acabou por abrir o bico: disse que nas casas do tio Berlusca, o bunga bunga, um ritual erótico copiado de haréns da Líbia, é muito apreciado. Aí a casa caiu para o primeiro-ministro. Entretanto, contrariando o bordão do deputado eleito Tiririca, para quem “pior que tá não fica”, Berlusconi foi à TV e, em vez de se defender, soltou a seguinte pérola: “É melhor olhar as belas meninas do que ser gay”. O novo escândalo sexual (que envolveria inclusive uma brasileira), emendado com relação com menores e gafe homofóbica, agora ameaça derrubar o governo Berlusconi. Partidos de oposição e mesmo parte da imprensa italiana (quase toda ela sob seu domínio) a pedir a renúncia do premiê.