Regionais : Vida de peão - A Inocência guiada pela Delinquência
Enviado por alexandre em 05/11/2010 12:22:06



Fonte: www.gazetaderondonia.com.br / Autor: Danny Bueno





Desde a sua retomada pelos trabalhadores da construção civil, que antes estavam nas mãos de pessoas que não tinham qualquer compromisso com a categoria, o STICCERO já passou por grandes desafios e diversas lutas para resgatar o valor do trabalhador da construção civil em Rondônia, que era massacrado pelo julgo de empresas que estavam acostumadas a tratar seres humanos como mercadoria.

Mas, mesmo após estas inúmeras conquistas, ainda hoje estamos encontrando empresas em Porto Velho e no interior de Rondônia que insistem em aplicar os maus tratos e desrespeitar os principais direitos dos trabalhadores.

Na grande maioria dos casos, as ocorrências com registro de denuncias tem se dado com empresas que estão chegando a Rondônia para prestar serviços como terceirizadas das usinas do Madeira, o que faz com o nível de sofrimento dos trabalhadores, que justamente por estarem foram de seus Estados natais, acabam passando as mais severas dificuldades por conta do abandono econômico e social que algumas dessas empresas praticam.

Recentemente registramos mais dessas empresas que têm sempre a mesma forma de agir na captação de mão de obra, ou seja, ao abordarem os profissionais da construção civil de outros Estados apresentam propostas irrecusáveis com valores salariais e promessas de altíssimo padrão qualidade nos alojamentos, inclusive com quadra de tênis e piscinas olímpicas, o que acaba se transformando e verdadeiros pesadelos para quem acaba até mesmo por contrair dívidas para ter acesso a chance de melhorar de vida, mas quando percebem, ficam reféns de mais um conto do vigário.

Já frustrados, não acham meios de retornar pois estão atolados em dividas que fizeram para chegar ao novo eldorado chamado Rondônia, e acabam por permanecer na esperança de ao menos ganharem aquilo que lhes foi contratado.

Após trabalharem por 30 a 45 dias, não é nada raro acordarem para o trabalho e encontrarem seus nomes inscritos nas listas de demissões com alegações das mais sórdidas e traiçoeiras possíveis, tais como baixa produtividade e ou até mesmo acusações caluniosas de furtos que nunca aconteceram.

Atirados a desgraça da desmoralização social, profissional e econômica, promovida por aqueles que juraram as suas famílias a partir de então uma nova vida entraria em suas casas, encontram-se em um beco sem saída ao perceberem que nem ao menos o dinheiro para comprar um cartão de telefone lhes restou para entrar em contato e contar o que está acontecendo e na maioria das vezes quando conseguem, são igualmente humilhados pelas mulheres que também iludidas pelos contratantes mal acreditam que os esposos estão passando fome, ficando a principio mais fácil acreditar que os mesmos estejam é gastando o suado dinheiro em farras com novos grupos de amigos, que na realidade nunca acontecem justamente pela falta de recursos até mesmo para comer.

Diante desse carrossel de eventos, seres humanos honestos são arrastados para a marginalidade, encontrando em alguns fornecedores de drogas como a maconha que a princípio é oferecida como paliativo, a saída para anestesiar-se das agruras em que se meteram daí em diante basta apenas um leve empurrão para a dependência química que se manifesta através do uso de drogas mais pesadas como o crack associados ao álcool.

Tudo isso em virtude da desonestidade e da exploração promovida por essas empresas, que ao final das contas, apenas olham para o dejeto humano que produziram e sentenciam: "Esses dai não tem jeito não, e olha que a gente faz de tudo pra eles subirem na vida".




Danny Bueno De Moraes

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