Regionais : Ex-governador Oréstes Quércia morre em São Paulo aos 72 anos
Enviado por alexandre em 24/12/2010 12:33:06




Morreu hoje (24) aos 72 anos o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. Ele lutava, desde setembro, contra um câncer de próstata que já havia sido tratado há dez anos. Quércia estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Quércia começou sua carreira política em Campinas, onde foi eleito vereador em 1962. Foi também deputado estadual e prefeito do município pelo extinto MDB.

Ele ocupou também mandato no Senado em 1974. Na década de 80, concorreu a vice-governador de São Paulo na chapa de Franco Montoro. Em 1986, foi eleito governador. No governo, criou a Secretaria do Menor e duplicou a Rodovia Anhanguera.

Desde 1991, não vencia uma disputa eleitoral. Chegou a concorrer ao governo estadual e ao Senado. Este ano, anunciou que concorreria novamente ao Senado, mas, por causa da doença, desistiu da disputa.

O corpo do ex-governador será velado no Palácio dos Bandeirantes e ficará aberto à visitação pública até as 18h. O enterro será amanhã (25), às 9h, no Cemitério do Morumbi.



Conheça a trajetória política do ex-governador Orestes Quércia, que morreu hoje aos 72 anos
O ex-governador Orestes Quércia nasceu no ano de 1938 em Pedregulho, interior de São Paulo. Começou a carreira política em Campinas, onde se elegeu vereador em 1962. Jornalista, advogado e administrador de empresas, Quércia também foi deputado estadual e prefeito da cidade. Após eleger seu sucessor, Quércia venceu as eleições para o Senado Federal, em 1974. Oito anos depois foi eleito vice-governador do estado na chapa de Franco Montoro.

Participou ativamente do movimento das 'Diretas Já' e da campanha de Tancredo Neves para presidente. Eleito para o Governo de São Paulo em 1986 ao derrotar Paulo Maluf, sucedeu Franco Montoro no comando do maior estado do país. Seu predomínio junto ao PMDB e sua defesa em favor dos cinco anos de mandato para o presidente José Sarney levou seus adversários internos a deixar a legenda e fundarem o PSDB em 24 de junho de 1988. Segundo o Dicionário Histórico e Bibliográfico Brasileiro (DHBB) da Fundação Getúlio Vargas, o governo Quércia atuou bastante na área dos transportes, duplicando as rodovias Anhangüera e D. Pedro I e reformando estradas vicinais. Inaugurou as estações Barra Funda, Marechal Deodoro, e a extensão da linha até Corinthians-Itaquera. Também deu início às obras do ramal Paulista do metrô, das estações Paraíso à Consolação.No saneamento básico, aumentou de 5% para 25% o índice de tratamento dos esgotos na Região Metropolitana.

A construção sem licitação do Memorial da América Latina, na Barra Funda - projeto de Oscar Niemeyer - causou polêmica por causa do elevado preço de custo: US$ 74 milhões, quinze vezes mais que o previsto. O governo Quércia também sofreu acusações de adquirir sem licitação equipamentos israelenses para as universidades estaduais e polícias civil e militar, num valor de US$ 310 milhões, onde o estado perdeu um valor estimado em US$ 40 milhões. Em 1992, uma CPI no Congresso e um inquérito criminal na Polícia Federal investigaram suspeitas de irregularidades na privatização da VASP - ocorrida durante seu governo e concluída na gestão Fleury - com a concessão de empréstimos do Banespa ao empresário Wagner Canhedo, comprador da empresa. Encerrada em novembro desse mesmo ano, a CPI inocentou o ex-governador. Mesmo com a série de denúncias de irregularidades Quércia conseguiu eleger seu afilhado político, Luiz Antônio Fleury Filho.

Um dos fundadores do PMDB, Orestes Quércia presidiu o partido entre 1991 e 1993. Em 1994 foi lançado candidato a Presidência da República, mas terminou em quarto lugar. Em 1998 tentou voltar ao governo de São Paulo, mas não chegou a alcançar 5% dos votos dos eleitores. Presidente da seção paulista do PMDB, Orestes Quércia fechou este ano uma aliança do partido no estado com o PSDB, e virou candidato ao Senado na chapa de Geraldo Alckmin. Mas renunciou à candidatura em setembro, para se tratar de um câncer na próstata. Com isso, a coligação apoiou um único candidato ao Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que acabou sendo eleito.





Autor: Agência Brasil

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