Regionais : Marco Polo está morto politicamente
Enviado por alexandre em 31/05/2015 15:59:48

Marco Polo está morto politicamente

Neste momento, Marco Polo Del Nero repousa em seu apartamento na Barra da Tijuca, perto da sede da CBF. (É aquele apartamento comprado por 1,6 milhão de reais, mas que o mercado avalia em 5,2 milhões de reais – um negócio de craque).

A decisão de fugir às pressas da Suíça, no entanto, foi tomada a partir de conselhos de vários advogados consultados por ele – inclusive advogados estrangeiros. Havia o temor de ser preso.

A verdade é que mais cedo ou mais tarde Marco Polo terá que renunciar à presidência da CBF. É uma questão de tempo.

Marco Polo está morto politicamente. Agora, o que lhe resta, sob o ponto de vista dele, é administrar o melhor possível essa morte.

A investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre a Fifa revelou que, desde 2012, Klefer e Traffic dividiam pagamentos de propinas de 2 milhões de dólares anuais a Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. O dinheiro era referente a contratos da Copa do Brasil e pingaria nas contas dos cartolas até 2022.

Em 2013, no entanto, sabe-se lá por que, parte do dinheiro pago pela Klefer teve outro destino. A empresa de Kleber Leite mandou meio milhão de dólares à conta de um fabricante de iates de luxo, em Londres.

Seria Leite um inveterado marinheiro? Ao que tudo indica, não.

No final de 2014, curiosamente, Del Nero passou a singrar entre Angra dos Reis-RJ e Guarujá-SP a bordo de um luxuoso iate novinho em folha, seu xodó, um Sunseeker de 52 pés e três cabines avaliado em 2,1 milhões de reais. O estaleiro Sunseeker, a propósito, é inglês. (Lauro Jardim  - Veja Online)


Homem-bomba que pode detonar a mídia esportiva

Em texto publicado no site Viomundo, o jornalista Luiz Carlos Azenha, afirma que o grande temor da Globo diz respeito a eventual indiciamento de Ricardo Teixeira no escândalo do futebol. Leia abaixo:

"Anos 2000. A International Sport and Leisure (ISL) corre o risco de falir. A empresa havia sido criada por Horst Dassler, o magnata alemão herdeiro da Adidas. Foi o homem que ajudou a inventar o marketing esportivo. Pegar um evento, empacotar e vender a emissoras de televisão já com os patrocinadores definidos.

Hoje sabemos que a ISL dominou o mercado à custa de dezenas de milhões de dólares em propinas. O homem da mala de Dassler era Jean Marie Weber. O encarregado de molhar a mão da cartolagem e garantir os direitos de TV e de marketing que eram das federações.

Foi o esquema da ISL que enriqueceu João Havelange e Ricardo Teixeira. Na casa dos milhões e milhões de dólares. Mostramos no Brasil — modéstia à parte, pela primeira vez — a relação entre as datas de pagamento das propinas e o enriquecimento de Teixeira. Está tudo em O Lado Sujo do Futebol."

Clique aí no Viomundo e leia a reportagem completa


Caras do Brasil

Jânio de Freitas – Folha de S.Paulo

Da arquibancada ao poder econômico, o maior por aqui, Havelange e Teixeira faziam uma síntese perfeita do país

Muito mais do que mostrar o que tem sido a cúpula do futebol no mundo, o escândalo da Fifa mostra ao mundo o que é o Brasil. Como se ainda fosse necessário fazê-lo.

A Fifa, que recebe aqui o tratamento apropriado para os covis, baniu dos seus quadros, há muito tempo, os ilustres brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira, seu ex-presidente e o ex-conselheiro por ela declarados catadores de suborno e de outros modos de corrupção. Nem depois disso a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público (o Federal e o do Rio) foram capazes de dar aos dois as consequências da lei. Ambos enriquecidos, muito antes de chegarem aos balcões internacionais, aqui mesmo na CBD/CBF.

A aparência é de que Ricardo Teixeira tratou de escapar para Miami. Mas não o fez, de fato, senão para as delícias de que desfruta em sua mansão. Os vários processos que ainda tem no Brasil jamais o incomodaram, tal como os anteriores. Havelange tornou sua velhice suportável em um dos prédios magníficos de São Conrado. A rejeição da Fifa não chegou ao prestígio social de ambos.

Da arquibancada ao poder econômico, que é o maior poder por aqui, Havelange e Ricardo Teixeira faziam uma síntese perfeita e discreta do Brasil. José Maria Marin, o mau discípulo, escancarou. Já se percebe que as autoridades brasileiras sentem necessidade de adotar iniciativas. Deve ser o melhor que pode acontecer a Marin.


CPI da CBF: troco de Romário em Teixeira por 1998

http://imguol.com/blogs/77/files/2015/05/romario.jpg" alt="" />Leandro Mazzini – Coluna Esplanada

A CPI da CBF no Senado, embora foque a corrupção na FIFA e seus eventuais braços na Confederação Brasileira, não deixa de ser também uma vingança pessoal de Romário contra Ricardo Teixeira, o ex-presidente da entidade no País por duas décadas.

Romário não perdoa Teixeira por ter sido dele a decisão final de excluir o 'Baixinho' da Copa de 1998, na França, quando ele se lesionou.

Marco Polo Del Nero disse nesta sexta-feira que se colocará à disposição em todas as investigações que forem abertas para tratar do escândalo envolvendo suposto pagamento de propina em contratos da CBF. Com o Senado tendo confirmado nesta sexta-feira a criação de uma CPI para investigar o futebol brasileiro, por proposição do senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ), e outra já protocolada na Câmara dos Deputados pelo deputado e ex-judoca João Derly (PCdoB-RS), Del Nero disse que, se for chamado, comparecerá. Ele declarou ainda que deve processar o senador carioca.


Agora a bomba explodiu: um gol, muitos gols

Carlos Brickmann

A entrada do FBI americano nas investigações sobre corrupção no futebol muda a regra do jogo: deixa de funcionar a Bancada da Bola, perde efeito o relacionamento internacional bem cultivado, favor prestado não tem mais validade. Se os personagens presos são ou não culpados, a Justiça americana decide. Mas:

1 - José Maria Marin, segundo as investigações, teria cobrado propinas nos contratos da CBF. Quem pode ter pago propinas? Patrocinadores da Seleção, talvez; ou concorrentes à compra dos direitos de transmissão. Quem patrocina a Seleção, e quem a patrocinou nos últimos anos? Quem ganhou o direito de transmitir os jogos? Quais empresas firmaram contratos de exclusividade com a CBF?

2 - Quando o Brasil ganhou a Copa de 1994, nos EUA, a delegação trouxe 11 toneladas de compras. O secretário da Receita, Osíris Lopes Silva, mandou que as bagagens passassem pela Alfândega. O presidente era Itamar Franco, e Osíris caiu. Quando Ronaldo Fenômeno teve aquele problema na Copa da França, em 1998, já se falava na interferência da Nike na CBF. O presidente era Fernando Henrique. Quando o Brasil ganhou o direito de realizar a Copa de 2014, o presidente era Lula. Ninguém investigou; se investigou, não contou para ninguém. A imprensa paulista foi acusada por Ricardo Teixeira de persegui-lo, só porque andou narrando algumas coisas, que as autoridades não levaram em conta. E como havia gente importante do Judiciário viajando a convite da CBF, com tudo pago!

Agora a bomba explodiu. E vai pegar gente hoje acima de qualquer suspeita.


Chuva de óleo

Americano ainda não dá muita importância ao futebol. A ladroeira na FIFA tem contato apenas superficial com os Estados Unidos: instituições financeiras americanas foram usadas na manipulação irregular de dinheiro, algumas firmas de lá pagaram propina no Exterior.

Já o caso da Petrobras, também sob investigação naquelas bandas, bate em cheio nos americanos: a refinaria de Pasadena é lá, os papéis da empresa são negociados nas bolsas dos EUA, milhares de pessoas puseram suas economias em fundos que compraram Petrobras (e que, graças aos problemas da estatal, renderam muito menos do que poderiam).

A investigação e a Justiça são mais eficientes que as nossas. 

Os prejudicados farão pressão. E as petroleiras americanas - neste setor ninguém é bonzinho: todos jogam pesadíssimo- não perderão essa ótima possibilidade de atrapalhar a concorrente.(Carlos Brickmann)


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