Regionais : “Feridas em Mãos Solidárias”, de projeto modelo a uma sala de curativos fechada
Enviado por alexandre em 04/06/2015 00:48:53


Centenas de pacientes com feridas agudas, crônicas e úlceras de pressão estão, há mais de trinta dias, sem ter onde receber tratamento adequado. O único local especializado que realizava a limpeza e troca de seus curativos funcionava em uma sala improvisada no Hospital Drª Laura Maria Braga e, no início de maio deste ano, teve que ser fechado por falta de medicamentos e principalmente de funcionários.

Inicialmente denominado Projeto Feridas em Mãos Solidárias, tinha como finalidade tratar as feridas agudas, crônicas e úlceras de pressão. São pessoas que há anos buscavam algum tipo de tratamento e que encontraram nesse atendimento sua única esperança. Em agosto de 2013 o município abraçou a ideia e disponibilizou cerca de 50 mil reais que foram usados para capacitar médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes de saúde através de aulas teóricas e práticas, ministradas por especialistas vindos de todo o país.

O projeto, que na teoria tinha tudo para dar certo, foi aos poucos se deteriorando, ao tempo em que passou a sofrer interferências de políticos que, esporadicamente, doavam algumas migalhas de medicamentos, muito aquém do que de fato era preciso para atender sua demanda. Houve, inclusive, promessa de que o Feridas em Mãos Solidárias teria um local exclusivo e adequado para atender os pacientes, sendo na época amplamente divulgada uma imagem ilustrativa de como seria a fachada do prédio, sendo mencionado até mesmo o valor da emenda.

Até que a obra se tornasse realidade, os pacientes passaram a ser atendidos temporariamente em uma sala do Hospital Municipal. Na época, mais precisamente em setembro de 2013, foi realizada uma inauguração, com direito a fotos de políticos que, para saírem bem na imagem, deram-se ao trabalho de encher um único armário que existia no local com medicamentos que, por sua vez, não duraram muitos dias.

Sem planejamento e sem saber de fato de onde viriam os medicamentos, ataduras e demais produtos utilizados constantemente nas feridas dos mais de 250 pacientes cadastrados, os profissionais da saúde, por falta de recursos, viram-se obrigados a utilizar os medicamentos, soros e ataduras do hospital. O grande problema era que aquela unidade de saúde já tinha em seu cronograma a quantidade estimada de pessoas a serem atendidas, e os procedimentos do Projeto não estavam incluídos. Como se já não bastasse, a própria idealizadora desse importante projeto foi proibida, por meio de recomendação do Ministério Público, de ter acesso à sala onde o mesmo estava funcionando.

A partir daí, a situação só piorou. No início de 2015, com a demissão de inúmeros servidores de cargos comissionados (portariados) e, posteriormente, com a retirada das gratificações de uma grande parte dos funcionários públicos efetivados, bem como com o cancelamento do concurso público, teve-se então que reduzir o número de funcionários, restando nos últimos meses de atendimento da sala apenas uma técnica de enfermagem que atendia entre 15 e 20 pacientes diariamente.

Não restando alternativa, em decorrência da falta de funcionários, medicamentos e produtos específicos para suprir a demanda da sala Feridas em Mãos Solidárias, o diretor-geral do hospital, Cristiano Ramos Pereira, foi obrigado, mesmo contra sua vontade, a interromper o atendimento daquele que teria tudo para ser um projeto modelo e que acabou em uma pequena sala improvisada de um hospital. Cristiano, porém, ressaltou que possivelmente irá reabrir a sala e que só depende da contratação emergencial. Isso irá acontecer, provavelmente, até o final deste mês de junho.

Veja abaixo matérias referentes ao início do Projeto Feridas em Mãos Solidárias:

Projeto "Feridas em Mãos Solidárias" é implantado em Ouro Preto do Oeste

Deputado Jaques Testoni viabiliza novo prédio para projeto Feridas em Mãos Solidárias

Jaques Testoni inaugura ala do Projeto “Feridas em Mãos Solidárias” no HM

GAZETA CENTRAL

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