Marcos Rogério repudia a intolerância religiosa
Fato decorrido, após desfile polêmico do Movimento do Orgulho Gay de São Paulo
A ofensa à fé cristã foi alvo de críticas do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que fez um discurso, nesta quinta-feira (11), repudiando o movimento LGBT de São Paulo, que na última semana usou a imagem de Jesus Cristo crucificado para simbolizar o preconceito da sociedade.
O parlamentar exigiu ações da Justiça e do Ministério Público, pois a intolerância religiosa fere a Constituição e desrespeita os brasileiros.
No discurso, Marcos Rogério destacou que a cada ano, as marchas do orgulho gay, das vadias, da maconha, entre outras minorias, vêm se tornando cada vez mais ofensivas, usando elementos sagrados da fé cristã para chamar a atenção do público. Em vez de informarem, polemizam e causam indignação. “Assistimos a uma afronta às pessoas de bem. Não só a lei de Deus, mas as leis dos homens respeita a fé dos brasileiros, luta mal e se autodiscrimina”, afirmou. “Quem não respeita o seu próximo e não merece respeito”.
O deputado frisou que católicos, evangélicos, adeptos a outras religiões e até os ateus ficaram perplexos com o ato público liderado pelo movimento LGBT de São Paulo.
“Se outra pessoa fizesse o que fizeram, certamente estaria presa e nas páginas dos jornais. Não eles. Esse grupo faz o que quer, pois se vitimiza e passa ao povo a ideia de que a sociedade é preconceituosa. Este parlamento não é preconceituoso, mas a liberdade de expressão e pensamento tem limites e isso precisa ser defendido por quem representa o povo e defende a Constituição ”, afirmou.
Câmara dos Deputados
Diversos deputados, principalmente ligados ao movimento cristão, protestaram, em Plenário, contra a utilização de símbolos religiosos cristãos na Parada do Orgulho LGBT, que ocorreu no último fim de semana, em São Paulo. No desfile, uma transexual seminua desfilou pregada a uma cruz, simulando a crucificação de Cristo.
O coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), leu nota de repúdio. “Afrontar as crenças de milhares de brasileiros não assegura a ninguém o direito de ser igual. Não é pela força que se defende ideias, mas com a força dos argumentos. Não nos calaremos diante da atitude de intolerância”, disse.
Campos criticou ainda o fato de a parada gay ter recebido recursos públicos federais e da prefeitura de São Paulo. “É dinheiro público patrocinando a intolerância”, completou.
Segundo ele, o objetivo do ato em Plenário é promover uma reflexão que leve à paz e encurte a distância entre os que pensam diferente.
Projeto de lei
Já o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) comentou a apresentação de requerimento de urgência para um projeto de lei apresentado por ele na última segunda-feira que torna a intolerância religiosa crime hediondo, com pena de até 8 anos (PL 1804/15). “Isso [o uso de símbolos cristão na parada gay] é o contrário da tolerância religiosa”, disse.
Para ele, o ato dos deputados em Plenário é uma representação da união dos cristãos contra uma atitude que classificou de blasfêmia e de intolerância religiosa.
O deputado Roberto Freire (PPS-SP) foi o único a discursar contra o protesto. Ele ressaltou que o Brasil é “uma república laica”. “Não se pode, até para respeitar quem não tem fé religiosa, transformar o Plenário em igreja”, afirmou, em alusão a deputados que haviam rezado o Pai Nosso durante o protesto.
ASCOM