A pressão dos frigoríficos contra o Estado, maior prejudicado com o fechamento de unidades de Chupinguaia e Rolim de Moura é enorme. O problema não é unicamente o desemprego de centenas de pessoas, mas também o reflexo na economia estadual, pois a carne de gado se não lidera está entre as primeiras fontes arrecadadoras. Nas últimas semanas foi anunciado o fechamento de duas unidades frigoríficas em Rondônia. Uma em Chupinguaia (Marfrig) e a outra em Rolim de Moura (JBS). As duas representam mais de 700 empregos diretos. O que mais preocupa é a facilidade que essas empresas têm do governo do Estado e dos municípios onde estão instalados, para investimentos. Os incentivos são diversos, como cessão de terrenos, isenção de impostos por um período, apoio do governo federal para financiamentos, etc. Em Chupinguaia, a informação de diretores é que a unidade da Marfrig estava fechando – ou fechou – porque havia um acordo com o governo do Estado para a pavimentação de 2 km de estrada, de acesso ao frigorífico. O compromisso não foi cumprido. Posteriormente veio a informação que a unidade é deficitária há anos. Os dois quilômetros de asfalto de acesso ao frigorífico, caso fosse construído no perímetro urbano na cidade de Chupinguaia, certamente traria benefícios a muito mais famílias. O povo não pode ser preterido por uma empresa privada, que já recebeu muitos benefícios fiscais e tributários do Estado e do município. O Ministério Público do Trabalho (MPT) Rondônia já notificou a JBS de Rolim, que estaria demitindo está semana mais de 400 funcionários, onde solicita ao Juízo, para que “determine a imediata suspensão da dispensa em massa”, pela empresa. A carne de Rondônia está entre as melhores do mundo e quase a totalidade da produção é exportada. Não há nenhuma Lei que determine que uma parte seja comercializada no Estado, por isso o preço é alto nos açougues e nos supermercados. Por que não condicionar que uma parte seja disponibilizada para o mercado local? Até quando continuaremos consumindo “carne de pescoço”? O monopólio não é um método democrático. Em Rondônia e parte significativa do país quem domina o mercado é o Grupo Friboi, um dos maiores do mundo. O grupo abre e fecha frigoríficos de acordo com a conveniência (deles) com sérios prejuízos para Estados e municípios que concedem incentivos. Rondônia também está nas mãos do grupo. Unidades frigoríficas são abertas e fechadas a “toque de caixa”. Estado e municípios abrem mão de arrecadação, investem em terrenos e incentivos os mais diversos e são ignorados posteriormente. Já passou da hora de se colocar ponto final na “farra dos frigoríficos”. Até quando preclaros políticos?
Autor: WC e rondoniadinamica
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