Regionais : Odebrecht: prisão em forma de metralhadora
Enviado por alexandre em 26/07/2015 18:53:49

Odebrecht: prisão em forma de metralhadora

O complexo penitenciário no qual estão acomodados a partir de agora vários presos da Operação Lava Jato, inclusive o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, tem um formato de metralhadora.

É o que mostra uma imagem aérea do Complexo-Médico Penal do Paraná, captada no Google Maps (acima).

O juiz federal Sérgio Moro, que preside as investigações a partir de Curitiba, autorizou a transferência de Marcelo Odebrecht da carceragem da Polícia Federal para esse presídio. Havia risco de superlotação das celas da PF se novos presos fossem conduzidos ao local em futuras fases da Lava Jato.

O Complexo Médico-Penal do Paraná fica em Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba. Além de Marcelo Odebrecht, também foi transferido para lá o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, e mais outros 6 executivos dessas empresas. Todos estão presos desde 19.jun.2015.

A transferência ocorreu neste sábado (25.jul.2015), pouco depois das 10h da manhã. Segundo reportagem do jornal "Gazeta do Povo'', os presos "estavam sem algema e arrastavam malas e sacolas, com pertences pessoais''. Na saída para a van que os transportaria para o Complexo-Médico Penal, Marcelo Odebrecht "arrastava duas malas grandes e foi motivo de piada por parte de alguns poucos curiosos que se mantinham em diante da PF. 'E aí, Marcelão? Vai viajar?', disse um deles''.   (Da Folha de S.Paulo)

Odebrecht e Andrade: piora caso de executivos

Kennedy Alencar

Presos há mais de um mês, piorou a situação dos executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Houve maior complicação para o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Quando os executivos foram presos em 19 de junho, houve uma forte contestação às detenções e à investigação, no sentido de apontar eventuais abusos da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.

Logo depois, foi apreendido um bilhete de Marcelo Odebrecht, no qual ele escreveu o verbo destruir. A defesa argumentou que seria destruição no sentido de rebater argumentos da investigação, mas policiais federais acham que era para destruir mesmo eventuais provas.

Depois, surgiram anotações de Marcelo Odebrecht que os investigadores consideram ter muitas descrições de ações para interferir na Lava Jato. Por exemplo, há nas anotações iniciais de vários políticos, como “AM”, que seria Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, e “GA”, que seria Giles Azevedo, o assessor mais próximo da presidente Dilma. Alguns avaliaram que GA significaria o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, mas os investigadores acreditam que se trata de Giles Azevedo.

Nas anotações, há uma que sugere a existência de uma conta na suíça que poderia ter dado contribuição para a campanha eleitoral de uma mulher. A tese dos investigadores é de contribuição para a campanha da presidente Dilma no ano passado.

Em relação à tarja preta sobre o nome do senador José Serra, não se tratou de uma tentativa de proteger o tucano paulista. Mas porque aparece uma anotação que sugere, na avaliação dos investigadores, possibilidade de entrega de recursos ao senador. Como Serra tem foro privilegiado, os investigadores usaram a tarja preta.

Por que não fizeram isso em relação a outros políticos que teriam foro privilegiado? Porque, na avaliação preliminar dos investigadores, essas menções apareceram num contexto em que não justificariam um procedimento investigatório naquele momento.

O próprio Marcelo Odebrecht cometeu erros que agravaram a sua situação. Nos bastidores, os investigadores dizem que aquela posição firme dos executivos de não fazer delação premiada mostrada há um mês poderia vir a mudar em face do que descobriram. A situação dos executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez se complicou. Eles serão denunciados e deverão virar réus. Deverão ser levados em conta os reflexos disso sobre as duas companhias, as duas maiores empreiteiras do país.

Uma delação de algum executivo de uma dessas empresas seria uma bomba atômica, sobretudo para o governo e o PT, mas também para gente da oposição, porque essas empresas são grandes financiadoras de campanha de todos os partidos políticos.

Em resumo, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez se fragilizaram em um mês. Saíram da ofensiva para a defensiva. Não é mais um absurdo pensar numa eventual delação premiada.


PF: maus modos

Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo

A propósito do artigo "Modos de polícia" (23.7), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, informa que abriu sindicância tão logo recebeu representação da OAB sobre o impedimento à advogada Dora Cavalcanti, feito pela Polícia Federal, de acompanhar inquirição a cliente seu. Já a PF afirma que Adarico Negromonte Filho não foi algemado, apesar de mostrado nas imagens com os braços e agarrado por um policial.

A PF faz, também, farta menção ao dedo de um policial sobre o lado do gatilho do fuzil, quando Marcelo Odebrecht é levado de sua casa. Mas o fuzil, e não o dedo "sobre" o gatilho (não escrevi "no"), foi o absurdo aqui apontado. Fuzil é arma de combate, arma de guerra. Para buscar em sua casa um empresário? Nas frequentes circunstâncias assim, o fuzil da PF é a forma da prepotência descabida. 

Lava Jato devassa empresas

Força-tarefa da operação acredita que esquema vai além da Petrobras e quer fechar o cerco sobre políticos e empresários

Com a chegada dos primeiros documentos oficiais da Suíça, a força-tarefa da Operação Lava Jato acredita estar fechando o cerco nas apurações sobre uso de contas secretas no esquema que envolve pagamento de propina em contratos com a Petrobras. Os dados devem revelar o uso dessas contas pelos quatro núcleos do esquema: empresarial, político, de operadores financeiros e de agentes públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As investigações devem recair, principalmente, em integrantes do PT e do PMDB. Os investigadores também devem avançar as apurações sobre contratos de outras áreas dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010) e Dilma Rousseff (2011 – 2014). Obras das usinas de Belo Monte e Angra 3 são alguns dos alvos, segundo o jornal.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, o núcleo empresarial, em conluio com o núcleo político, era responsável pelo comando do esquema. PT e PMDB negam envolvimento e dizem que todas as doações recebidas de empreiteiras são legais.  (Do portal Terra)

Melhor chorar de mercedes que de bicicleta

No processo da Lava-Jato, encontra-se uma curiosa troca de e-mails, datada de 27 de outubro de 2011, entre Renato Duque e Jorge Zelada. Eram tempos ainda amenos para a dupla. Lá pelas tantas, um irônico Duque escreve para o seu companheiro de diretoria e de roubalheira na Petrobras: “Dinheiro pode não comprar a felicidade mas, de alguma forma, é mais confortável para chorar em um Mercedes Benz do que é em uma bicicleta…”

Zelada está negociando uma delação premiada. E já citou aos investigadores um personagem novo na Lava-Jato, hoje em um alto posto da República, como parte do cardápio que ele pode entregar em troca de benefícios penais. Os investigares que negociam a delação premiada de Zelada encontraram uma transferência saindo de uma off-shore, a Arcadex Corporation, para a conta Tudor Advisory, que pertence a Zelada.

A Arcadex tem como beneficiária econômica a Odebrecht.

Ou seja: o caminho da propina, segundo os investigadores, seria da Odebrecht para a off-shore Arcadex e, daí, para a conta Tudor, de Zelada. Zelada negocia agora contar quem foram os destinatários finais da dinheirama.  (Lauro Jardim - Veja Online)

Defesa de Odebrecht vê espetáculo midiático

A defesa dos executivos da Odebrecht classificou as novas denúncias feitas contra seus clientes, nesta sexta-feira (24/7), como um “espetáculo midiático”. Para o advogado Técio Lins e Silva, a atitude do Ministério Público “não condiz com o processo democrático, que deve ter paridade de armas e lealdade processual”.

A advogada Dora Cavalcanti criticou a permanência dos executivos presos e afirmou que a medida não é necessária para conduzir a ação penal. A Odebrecht disse que considera este o marco zero dos trabalhos da defesa, uma vez que apenas agora terá amplo acesso às acusações.

Representantes da Andrade Gutierrez disseram que o conteúdo das denúncias não traz nada de novo e do que já foi esclarecido, porém, não foram levados em consideração pela Justiça.

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