.jpg) Por - EMERSON BARBOSA da redação do NewsRondônia
Porto Velho a capital de Rondônia ultimamente tem recebido centenas de pessoas que vem de longe para visitar parentes,principalmente nesta época de janeiro, periodo de férias escolares. Outras até mesmo para conhecer a cidade nortista fincada em plena Floresta Amazônica. A capital é dona de uma história impagável. Se comparada a outras da região Norte ‘não goza’ de infraestrutura, nem para os moradores e muito menos para atender o anseio dos turistas. Turismo que poderia ser explorado com profissionalismo, afinal estamos numa biodiversidade incrível, mas o ‘poder público’ fecha os olhos para a maior necessidade dos portovelhenses: a qualidade de vida. Enquanto isso os principais monumentos públicos se destoa em abandono e a cada dia deterioram caindo no esquecimento, e quando não levado pela pressão das águas do Rio Madeira.

Ao turista e ao povo resta se decepcionar de verdade. No passeio de barco o obstáculo já começa na hora do embarque. Sem atracadouro, os proprietários já tiveram que cumprir prazo para se retirarem do local, mas o município não destacou onde esse pessoal deveria ficar e nem apresentou um ‘projeto’ viável para a continuação dos trabalhos dos donos das embarcações voltados ao turismo.
Numa aula de ‘como seria’ caso tudo isso fosse uma realidade. No porto que não existe e que funciona improvisado em frente aos dois galpões da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, o barco Nossa Senhora Aparecida anuncia que é chegada a hora da partida.
.jpg) O comandante que também é dono da embarcação aproveita o momento para anunciar os serviços que serão oferecidos a bordo durante o passeio.
E como não ser atraído com tanta recepção. O encanto dessa terra trouxe de Presidente Médici no interior de Rondônia o autônomo Jaderson Lemes, que veio conhecer o que os parentes já tinham visto. “Muito me encanta essa parte do Estado de Rondônia. Gosto de Porto Velho. Entender que tudo começou por aqui, com a construção da ferrovia Madeira Mamoré. Meus parentes já visitaram. Agora resolvei fazer o mesmo desta vez com a minha esposa que também está aí no barco”, lembra Jaderson Lemes.
 Se a recepção feita pelos proprietários dos barcos é boa, obrigado não se pode esperar o mesma dos governantes locais. Essa meu Deus é inexistente e desastrosa. Só para você ter ideia, a escadaria que leva até aos barcos é improvisada, feita de madeira. O temor é só de olhar lá pra baixo. Mas ninguém quer perder o passeio e por isso ao turista resta se agarrar de um lado e do outro e seguir no velho jeitinho brasileiro.
Uma situação que poderia ser evitada caso um projeto do ex-prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, afastado do cargo por desvio de recursos públicos, que tinha por objetivo revitalizar essa região da madeira Mamoré tivesse deixado a planta. E de todos os lados onde o olhar alcança o cenário e de abandono.
 A visão dos galpões da centenária Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) destoa ao se misturar com a falta de comprometimento de quem deveria cuidar. "É como se o tempo e o desrespeito com o bem público enroscassem em passos que não chegam a lugar a algum", lembrou uma turista que veio de Mato Grosso.
Mas a natureza não perdoa e muito menos da trégua nesta região de porto velho. A cada dia o ‘solavanco’ das águas do Rio Madeira tem deteriorado as margens, ameaçando o que existe no caminho. Como nenhum projeto até o momento foi levado a sério pelas autarquias, o risco da erosão dragar as margens é grande e já começou. Quem trabalha para divulgar esse cenário ao mundo pouco a pouco perde a esperança.
 E ainda assim o Rio Madeira com toda interferência humana mostra seu encantamento. E por aqui 'a gente' ainda pode contemplar o que só os ‘Amazônidas’ vivem. E divulgar essa história tem sido um desafio aos homens que tiram seu sustento deste ‘meio’. Dos 15 anos do comandante Nossa Senhora Aparecida, metade desse tempo foi doado para levar às pessoas á apreciar o que Rondônia tem de melhor, uma fauna e flora local brilhante. E pelos caminhos contemplar o cenário é uma obrigação.
Enquanto da limpeza das galhadas presa na casa flutuante, os meninos aproveitam para mergulhar nas barrentas águas do Madeira. Haja coragem! Nessas paragens, o passado e o futuro brigam pela sobrevivência.Numa disputa difícil de apostar quem deverá sobreviver.
E em meio a tudo isso, a natureza é uma explosão. Os patos do mato ou como são chamados ‘biguás’ agora fazem parte do cenário e roubaram a cena dos botos.
 E neste cenário cada um conta a história da forma como entende. A catástrofe que foi a cheia do Rio Madeira há dois anos, ainda se destaca pelas casas no caminho e hoje é informação repassada pela boliviana, radicada em Porto Velho Marley Amauruz, ao primo e a família dele que vieram de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. “Sim! São empresários da Bolívia, de Santa Cruz de la Sierra. Vieram aqui passar férias”, informa.
E quem disse que isso atrapalha o passeio. Mesmo com os grandes cenários ‘andinos’ e ‘amazônicos’ que também tem a Bolívia, as nossas planícies encantaram e chamaram a atenção da família do empresário. “Viemos da Bolívia, Santa Cruz, Bolívia. Estamos de férias por dez dias, boas! Estou gostando, conhecendo a cidade do Brasil”, comenta Josué Davi.
 E aproveitar a viagem para registrar o momento é obrigação, afinal, cabe agora o Jaderson e a Michele mostrarem esse cenário para outros da família lá de Presidente Médici. “Sim, é a foto é para guardar de recordação”, enfatiza a antônoma Michele Lemes.
E nem tudo pelo caminho é bonito e faz parte da paisagem. A imagem de dragas não será guardada de recordação pelos turistas, mas sim será usada como uma lembrança de que ‘o poder pelo ouro’ em Porto Velho tem sido mais forte que as forças das autoridades.
.jpg) E os galpões da madeira Mamoré de novo se aproximam. É hora de se despedir da viagem. Se despedir sim, deixar de visitar porto velho somente por conta do que as autoridades não fazem pelo povo, jamais.
Fonte: NEWSRONDONIA
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