Regionais : SOJA, PROBLEMA OU SOLUÇÃO - MINHA ANÁLISE, POR GEOVANI BERNO
Enviado por alexandre em 15/01/2016 11:58:28


Viagem

Em viagem visitando parentes no Rio Grande do Sul (RS), em Santa Maria e região, me deparei com cenários alarmantes do grande quantitativo de campos que antes abrigavam criações de bovinos e ovinos e que se transformaram em lavouras da monocultura da soja. Fiquei estarrecido pela abrangência que a oleaginosa atingiu no Estado.

O problema (no meu entendimento) é que todas as lavouras são plantadas com sementes transgênicas e necessitam de uma quantidade considerável de pesticidas. É evidente que o “mar verde” é lindo de se ver, mas a soja está acabando com outros cultivos.

Explico

Como as lavouras cada vez mais se aproximam das cidades e casas dos agricultores para aproveitar cada centímetro de terra disponível, os herbicidas e larvicidas despejados às toneladas nas lavouras, acabam sendo levados pelo vento para nascentes de água e para os pomares, destruindo tudo.

É triste de ver parentes que antes cultivavam tudo para sua subsistência agora comprar até o leite em supermercados. Eu acho isso trágico.

Me assusta

Fiz os comentários acima para alertar nossas autoridades rondonienses, tendo em vista que a soja chegou (pelo visto) para ficar nas lavouras de todo Estado. É preciso repensar se é isso que queremos para Rondônia e para a economia. Vejo a grande quantidade de campos abertos atualmente e que futuramente, se nada for feito, se transformarão em lavouras de soja, podem ter certeza. A indústria é muito forte e o preço do produto irá fazer com que nossos produtores migrem para esta monocultura. E nossos rios, nossas florestas? Estou muito preocupado.

No entanto...

No jornal Diário de Santa Maria, edição desta quarta-feira (13), foi publicado um estudo que foi financiado pela Prefeitura Municipal de Santa Maria (cerca de R$ 200 mil), realizado entre 2014 e 2015 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o Ministério da Agricultura e apoio técnico da Universidade Federal de Santa Maria. Segundo a reportagem, o estudo é único no Brasil e aumenta a possibilidade de expandir a produção agrícola no município.

O que foi feito...

No estudo edafoclimático (solo e clima) foram analisados amostras de solo da região e potencial hídrico e com isso foi apontado quais as culturas para cada área da região. Com isso foram apontadas 16 culturas, entre as já tradicionalmente plantadas como soja, arroz e novas culturas como oliveiras e nóz-pecã e citrus. Com este estudo será possível redirecionar políticas públicas rurais já existentes.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural do município, Rodrigo de Oliveira Menna Barreto o levantamento servirá para, além do redirecionamento de políticas públicas para o setor, servir para conhecimento dos produtores já estabelecidos em Santa Maria e ainda, atrair novos investidores para a cidade. O estudo é uma peça fundamental para a tomada de decisões, principalmente as técnicas, orientando os agricultores para diversificar a produção, além de fazer uso eficiente dos recursos naturais. É citado na reportagem o cultivo de oliveiras, a qual já existe a projeção do plantio de 40 hectares ainda este ano, o que viabilizaria a instalação de uma indústria, a qual já existe um grupo interessado em se instalar na cidade.

Quem sabe...

Um estudo desta magnitude também poderia ser realizado em terras rondonienses, mostrando o potencial de cada região, para melhor aproveitamento das áreas agriculturáveis. O que não podemos é deixar que a monocultura e a indústria da soja tome conta do Estado com o único pretexto econômico. É preciso ver e se analisar os custos benefícios de tudo isso. O que eu vi é estarrecedor. Áreas foram devastadas, nascentes de água destruídas, áreas à beira da estrada (que é reservada ao Dnit) invadidas pelos agricultores que aproveitam qualquer pedacinho de chão agriculturável para extrair um pouco mais de lucro. Pensemos nisso.

Pichações

Ainda em Santa Maria (RS), minha terra natal, vislumbro um triste cenário para uma cidade que é chamada de Cultura. Refiro-me a grande quantidade de pichações nas fachadas das casas e prédios da cidade. Pinturas de mau gosto, sem sentido algum, feitas com o único propósito de desafiar as autoridades e o perigo, tendo em vista que muitas são realizadas em grandes alturas nos prédios.

Já vi pichações em Porto Velho, mas espero que a moda não pegue e que as autoridades tomem providências quanto a isso. Aqui foi criada uma lei que pune em até R$ 5 mil quem for pego realizando pichações. No entanto, as “pinturas” são feitas sempre na calada da noite e somente um flagrante poderia pegar os baderneiros que assim procedem. O que nem sempre vai acontecer. É feiura e tristeza distribuída em toda a cidade. Uma lástima.

Parquímetro

Uma ideia que já toma conta de várias cidades do país e que poderia ser adotada em Porto Velho para disciplinar e democratizar o tempo de estacionamento das ruas e avenidas centrais é a adoção de parquímetros, ou seja, pagamento por tempo determinado para utilizar a via pública com veículos particulares.

Evidente que esta ação deve ser precedida de estudos e análises, além do destino do dinheiro arrecadado e áreas onde seria instalado. Sou favorável pois o sistema democratiza o espaço público, pois em muitas regiões centrais o espaço é tomado por trabalhadores que vão ao trabalho de carro e deixam seus veículos parados o dia inteiro no centro da cidade, ocupando uma vaga que poderia ser utilizada por um cliente.

A medida é polêmica, eu sei, e deve vir acompanhada da melhoria do sistema de transporte (algo que ainda está longe de ser uma realidade em Porto Velho) e que com certeza também irá proliferar o surgimento de estacionamentos particulares na região central (algo que já está acontecendo). Para constar, o custo é de R$ 0,80 por meia-hora. Os estacionamentos particulares cobram, em médio R$ 4,00 a hora na região central.

Abandono

Santa Maria, assim como Porto Velho também teve seu apogeu através das linhas ferroviárias. Mas lamentavelmente este barato e que poderia ser moderno meio de transporte está abandonado. Fico triste em ver um país continental não investir nesta modalidade. Atualmente, somente uma empresa transporta grãos e combustíveis pelos velhos trilhos.

A vila Belga, construída para abrigar os trabalhadores da ferrovia, também esta abandonada. Chegou a ser recuperada com pintura nas fachadas mas a manutenção está longe de ser uma realidade. É o patrimônio histórico sendo relegado. Que história contarão às futuras gerações?

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Fonte: geovaniberno.blogspot

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