As escolas estaduais, municipais e particulares estão entrando na guerra para combater o nascimento do mosquito Aedes Aegypti em Rondônia. Assim ficou acordado entre os participantes da reunião do Comitê Estadual de Combate ao Aedes Aegypti, por meio do Eixo da Educação, realizada nesta quarta-feira (3) , em Porto Velho.
Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Secretaria de Saúde do Estado, Fundação Nacional de Saúde, Defesa Civil, Rotary Clube, Maçonaria e Secretaria Estadual de Educação foram os órgãos presentes, além de cerca de 100 educadores de todo o estado. O objetivo do encontro foi levar aos professores o entendimento de que o combate ao Aedes Aegypti, ou o mosquito da dengue, como é mais conhecido, é fundamental para que conter o surto de dengue instalado no estado. O objetivo é mobilizar a comunidade estudantil para eliminar os criadouros naturais ou artificiais nas residências e bairros, seja na zona urbana ou rural.
A diretora da Agevisa, Maria Arlete Baldez, entende que a população ainda não despertou para a gravidade da doença e acredita que através do trabalho realizado nas escolas pelos professores, os alunos vão levar para suas famílias a preocupação e com ela os meios de prevenção. Para ela é fundamental a eliminação de criadouros. Além disso, ela salientou que o combate não pode ser esporádico ou isolado, mas contínuo, tornando ainda mais importante a participação de professores e alunos. “Precisamos da escola, onde crianças atuarão como agentes de saúde nas suas casas”. Ela lembrou que a Organização Mundial de Saúde já estabeleceu o estado de emergência na saúde pública em caráter internacional.
O secretário Williames Pimentel, titular da Sesau, alertou que Rondônia não pode perder a guerra contra o Aedes Aegypti e doenças por ele transmitidas, como a Dengue, Chikungunya e a Zika. Ele destacou que cada um dos participantes ao final do encontro estaria capacitado para ser um multiplicador e que todos deveriam tomar posse dessa condição para contribuir com suas casas, escolas e municípios, visando eliminar o mosquito antes mesmo da sua formação. Convocou a todos para mobilizarem suas comunidades para que promovam faxinas nas casas e quintais, eliminando lixo, objetos com água parada entre outras ações coletivas.
Pimentel comparou que dentro da avaliação da Organização Mundial de Saúde, a dengue se aproxima do grau vermelho, próximo a um descontrole total da situação e por isso é tão importante atuação de todos os setores da sociedade para não permitir que a tragédia se instale no Estado, envolvendo as famílias, a partir das crianças, adolescentes e jovens que receberão nas escolas as orientações para atuar no combate ao mosquito da dengue.
O coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Sílvio Rodrigues, destacou que cabe a Defesa Civil a mobilização de órgãos e setores e que a instituição está pronta, buscando parcerias e trabalhando pela conscientização de vários órgãos a respeito da gravidade do problema. A Defesa Civil está mobilizada para agir junto aos grandes depósitos, onde o mosquito tem chances de proliferar tais como cemitérios, lixões, pátios de veículos, entre outros, para promover o borrifamento de inseticidas.
Medidas simples, como proteção com uma tela, podem evitar que a propagação da doença nas residências, explicou o especialista da Agevisa Ednaldo Carvalho, que fez uma explanação sobre a situação da dengue em Rondônia. Os números de casos , segundo ele, em 2015 foram bem superiores ao ano anterior e já no primeiro mês de 2016, está ainda maior que em 2015, deixando um alerta a todos. Ano passado mais de 800 pessoas morreram em Rondônia, vítimas da Dengue, 83% a mais do que em 2014. E neste ano já foram diagnosticados mais de mil casos, contra 672 registrados no mesmo período de 2015. A confirmação da doença precisa de um período em torno de dois meses, o que ainda não pode certificar os casos de 2016.
Segundo ele, o controle das doenças transmitidas pelo mosquito precisa de estratégias e da mobilização de todos, porque o período de maturação do mosquito é muito curto, em geral sete dias e por isso é fundamental eliminar os criadouros. “Limpe sua casa a cada sete dias”, é uma campanha que pode ser desenvolvida por todas as comunidades, porque se houver a limpeza no período de desenvolvimento do óvulo, não haverá chance do nascimento de novos insetos. Uma boa alternativa é a cobertura de suspiros de fossas, ralos e outros ambientes que não tem como isolar, com telas , porque elas não vão permitir que os mosquitos que tenham se reproduzido deixem o local. Ele chama a atenção de todos para nestas faxinas incluírem também as calhas. “Precisamos evitar a epidemia a todo custo”, declara Lira e para isso são necessários todos os esforços.
A presidente do Rotary Club Porto Velho – Rio Madeira, Iara Ortiz, está no Comitê de Combate ao Aedes Aegypti. O clube é um dos coordenadores da capacitação dos professores e para melhor instruí-los preparou um DVD com orientações, material de divulgação e outros conteúdos para utilização nas escolas e comunidades. O DVD foi entregue aos participantes, que vão inclusive poder divulgar nas emissoras de rádios e televisões em suas localidades. “A produção do DVD foi a forma prática que encontramos de fazer com que o maior número de pessoas tomem conhecimento da gravidade do momento”.
SECOM
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