Zica: vacina pode começar a ser testada em um ano
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, no Pará, e da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, vão trabalhar juntos para desenvolver a vacina.
TV Globo - Jornal Nacional
Na outra ponta do combate ao mosquito, cientistas correm pra desenvolver uma vacina contra o vírus da zika. No Pará, o repórter Fabiano Villela mostra como está uma das pesquisas mais avançadas no Brasil.
Os pesquisadores do Instituto Evandro Chagas levaram dois meses para fazer o sequenciamento do genoma do vírus. Isso quer dizer que eles mapearam todo o código genético do zika para estudar as características dele. No mês que vem, três cientistas do Evandro Chagas irão se juntar a pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. O grupo vai aplicar duas técnicas para desenvolver a vacina. Na principal delas, eles vão separar duas partes do material genético para produzir proteínas, que serão a base da vacina. A aposta dos cientistas é que essas proteínas estimulem o nosso organismo a produzir anticorpos, que vão nos proteger contra o vírus da zika. “Essa é a abordagem mais rápida, mais segura, mais eficiente que nós temos e mais inócua também, porque ela pode inclusive ser usada em gestantes. Nosso planejamento é para o uso em mulheres em idade fértil, estando ou não gestante”, diz Pedro Vasconcellos, pesquisador do Instituto Evandro Chagas.
Depois que a vacina ficar pronta, vem a segunda etapa: testá-la em animais. A novidade é que os dois testes que são necessários para o andamento da pesquisa serão realizados ao mesmo tempo. Em camundongos, lá no Texas, e aqui, no Centro de Primatas do Evandro Chagas, em um grupo de macacos. Essa estratégia deve antecipar em até seis meses os estudos sobre a eficácia da vacina.
Se tudo der certo, a previsão é de que até março do ano que vem comecem os testes em seres humanos. Mas até a vacina ser liberada para a gente, vai levar mais tempo.
“Acreditamos que seriam necessários mais dois anos de testes em humanos, inicialmente, para termos a vacina”, diz o pesquisador Pedro Vasconcellos. |