Logo após a cerimônia de troca de comando do 7º Batalhão da Polícia Militar, o governador Confúcio Moura falou à imprensa de Ariquemes sobre a violência e o aumento da criminalidade na região do Vale do Jamari, onde prometeu reforçar o efetivo nas cidades que causam preocupação a todos. “Praticamente, os investimentos na Polícia Militar tem sido mantidos no estado inteiro. Mas, em Porto Velho e Ariquemes, como os índices de violência são maiores, a partir de maio ou junho, o comandante-geral vai dar uma demonstração maior de prioridade, especialmente no Vale do Jamari, trazendo um efetivo maior. Em maio, assim que estiverem formados e devidamente distribuídos, virão para reforçar o batalhão de Ariquemes. É simples: é dar mais para quem tem mais necessidade. Machadinho, Buritis e Cujubim tem uma incidência muito grande de crimes”.
Para Confúcio, o melhor caminho para acabar com os conflitos agrários é fazer a regularização das terras, o que geraria menos invasões e grilagens. “Essa parte é uma soma de ações. O primeiro passo para acabar com os conflitos agrários é documentar as propriedades. Na hora que você coloca no papel os lotes, sítios e fazendas, fazendo a regularidade e dando as escrituras, a gente já diminui muito os conflitos agrários. Geralmente, isso ocorre em áreas de posse, que não são documentadas. No passado, a pessoa ocupou, montou uma fazenda e essa informação é repassada a esses movimentos que vão atormentar uma pessoa que já está no local há pelo menos 30 anos. A pessoa investiu uma vida em uma fazenda que é muito cara e vem os movimentos para ocupar a área, gerando conflitos tanto da parte do fazendeiro como dessas pessoas. Na nossa região, essa violência tem surgido de uma maneira brutal, com cenários de barbárie, com características de terrorismo, que desafia a autoridade policial estadual, que nós do Estado de Rondônia temos uma polícia respeitada. Se fizer uma pesquisa de opinião na cidade, a população confia na PM, confia na delegacia da Polícia. Eles são acreditados pela população. Não podemos desmerecer isso, Temos que dar respostas positivas para essa sensação de segurança ao nosso povo”.
Mais uma vez, o governador pediu uma união da sociedade para buscar soluções e diminuir a violência no Vale do Jamari. Sem a participação de todos, haverá demora na redução dos índices. “A solução para a violência vem de todo mundo. É uma obrigação do Estado, mas da sociedade também. Então, os conselhos de segurança pública dos municípios também devem ser muito ativos. Os conselhos de segurança municipais e/ou regionais são compostos de juízes, de promotores de Justiça, de delegados de polícia, de líderes comunitários, de segmentos de todas as raças, de todas as preferências sexuais, de mulheres. Todo mundo tem que fazer a sua parte, todos dando a opinião e participando desse debate. São desses grupos é que o secretário Reis e o comandante-geral da PM tiram as suas linhas de trabalho. Deles é que saem os resultantes do trabalho policial. Inclusive vereadores e prefeitos devem fazer parte. Não é o coronel Ênedy nem o secretário Reis é que vão tirar do bolso do paletó a solução para a nossa região. Nós com eles. É assim que devemos fazer. Ariquemes não pode ficar nessa lista negra do Brasil como uma das cidades mais violentas do país. Isso é ruim para nós e afugenta o investimento. A pessoa que viria para cá, vai para uma cidade mais pacífica. Quem vai investir em um local onde tem muito ladrão, muito sequestrador? Até para a nossa região crescer, tem que oferecer o princípio da segurança. O investimento privado é que faz crescer o estado, por isso, temos que proteger a propriedade privada”, apontou Confúcio.
Por fim, Moura cobrou maior participação do Governo Federal nas questões envolvendo os conflitos agrários na região do Vale do Jamari. Polícia Federal, Incra e Ibama já foram convidados diversas vezes para reuniões com a Polícia Militar rondoniense, mas não comparecerem. Para ele, se houvesse a presença dessas instituições, a violência não estaria nos patamares atuais. “O conflito agrário é de competência da União. A questão de terras devolutas é da União, mas a Força Nacional tem dado uma resposta com uma presença quase que permanente já é uma resposta. A região é muito violenta e eles sabem disso com muitos conflitos agrários. A Força Nacional não fica muito tempo, no máximo alguns meses, e eles vão para outro local. Eles ficam aqui para ajudar a Polícia Militar nas ações mais difíceis. É um reforço a mais em operações especiais. Realmente os conflitos agrários existem e precisamos pacificar. O princípio é a regularização da propriedade dentro da questão jurídica, como já falei. Mas temos que receber apoio do Governo Federal, já que temos os nossos problemas estaduais e municipais que o comandante-geral tem que resolver. Em um assunto federal, que gastamos dinheiro, gastando diárias, helicóptero, e não recebendo nenhuma participação. Assim é muito fácil o Governo do Estado assumir toda essa responsabilidade federalizada. Oportunamente, o secretário de Segurança e o coronel Ênedy, e eu estarei presente, para fazermos um clamor ao Ministério da Justiça para que se faça mais presente nessa questão. Os conflitos agrários são uma ameaça à paz do nosso estado e não podemos permitir que isso cresça mais. Só de saberem que a Polícia Federal está investigando, o Ibama cuidando das nossas reservas, algumas aeronaves especiais estarem fazendo sobrevoos, já favorecem o trabalho da Polícia Militar. Tudo é questão de bom senso”, encerrou ele.
Fonte:RONDONIAVIP
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