Os acionistas da Santo Antonio Energia, responsável pela usina de mesmo nome no Rio Madeira, devem fazer um novo aporte de capital na companhia, de 390 milhões de reais. Uma reunião foi convocada para o dia 2 de março para deliberar sobre o assunto.
A nova injeção de recursos tem potencial para gerar um novo atrito entre os acionistas, todos com fôlego financeiro restrito.
O maior deles é Furnas, da Eletrobras, com 39% do capital. Encrencadas por conta das investigações com a Lava-Jato, Odebrecht e Andrade Gutierrez, têm 18,6% e 12,4%, respectivamente. A Cemig tem 10% das ações e os 20% restantes estão nas mãos de um fundo da Caixa.
Em 2014, um aporte de 1,59 bilhão de reais acordado pelos controladores teve forte oposição da estatal mineira e da Andrade.
A usina tem enfrentado fortes problemas de caixa. Ao fim de setembro, tinha 404 milhões de reais em recursos disponíveis, contra 471 milhões de reais em empréstimos com vencimento em até um ano.
Mais recentemente, a situação se complicou com a quitação dos gastos com energia gerada abaixo do esperado por conta da seca – o chamado “déficit hídrico”. A empresa argumentou que, ao aceitar um acordo com o governo, ficaria devendo automaticamente mais 500 milhões de reais, num momento de “completo exaurimento econômico-financeiro do empreendimento” e por isso, quer parcelar os valores.
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