O pastor evangélico Carlos Alberto Natividade Neves, 35, foi preso em flagrante às 16h30 de quinta-feira, dia 25, por policiais civis da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfv), após ter apresentado na unidade policial uma falsa identidade de juiz arbitral.
Além disso, o pastor foi autuado por desacato, depois de agredir verbalmente e humilhar alguns investigadores lotados na especializada.
A situação aconteceu no momento em que Fabrício Freitas de Lima, 39, que frequenta a mesma igreja de Carlos Alberto, estava sendo autuado em flagrante por receptação.
Carlos Alberto e a carteira de juiz arbitral falsa
“Fabrício foi preso ontem por envolvimento em receptação de veículos roubados em Manaus. Carlos Alberto chegou à delegacia dizendo que os policiais não mandavam em nada e não tinham autoridade nenhuma. Que a autoridade era ele e questionou nossos procedimentos”, informou o delegado adjunto da Derfv, Luiz Felipe de Vasconcelos.
De acordo com a autoridade policial, o comportamento arrogante e a forma agressiva com que Carlos Alberto tratou os policiais levantou a suspeita de que ele não seria um juiz de Direito.
“Uma autoridade judiciária não se comporta como ele. Então pedimos um documento de identificação e ele mostrou uma carteira falsa de juiz arbitral, uma função que nem sequer existe”, informou.
Carlos Alberto argumentou, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira, dia 26, no prédio da Delegacia Geral, situada no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste de Manaus, que foi à Derfv visitar Fabrício, que, segundo ele, seria uma de suas “ovelhas” da igreja.
Na ocasião, sustentou que chegou a fazer um "curso de juiz" no bairro da Alvorada, Zona Centro-Oeste de Manaus, mas não soube especificar o local.
Presente na coletiva de imprensa, o representante da Comissão de Arbitragem do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Daniel Nogueira, fez um alerta à população para que não se deixe enganar por quem se apresenta como juiz arbitral.
“Vamos deixar uma coisa bem clara: todo mundo que se apresentar como juiz arbitral está se apresentando como falso juiz. Essa figura é inexistente no Direito Brasileiro. Isso é na verdade um golpe. A arbitragem é uma atividade séria que a OAB apoia, mas que não tem nenhuma relação com esse tipo de conduta, como portar carteira, que é um documento ideologicamente falso”, declarou Nogueira.
O pastor foi autuado em flagrante por falsidade ideológica e desacato e, junto com Fabrício, encaminhado à Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa.
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