A festa de aniversário do PT se tornou palco para o ex-presidente se defender. Aos pouco mais de mil militantes, ele disse que a chácara de Atibaia foi “uma surpresa” oferecida por Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e de quem é “amigo há 40 anos”, para que pudesse utilizar quando deixasse a Presidência da República. O imóvel, segundo ele, foi comprado com um cheque administrativo repassado por Bittar ao filho, Fernando. Lula, que insistiu em dizer que a surpresa sobre a existência do sítio foi revelada a ele apenas na segunda semana de janeiro de 2011, quando Dilma Rousseff já havia assumido, atacou a imprensa pela cobertura da investigação:
— Ando de saco cheio com comportamento dos nossos inimigos e da imprensa. Brigamos para ter Ministério Público forte. Não imaginava ter uma parte do Ministério Público subordinada à imprensa brasileira, fazendo o jogo da “Veja”, do GLOBO. As pessoas que se subordinam desta forma não merecem o cargo.
Ele também negou ser o dono do tríplex no Guarujá (SP):
— Digo que não tenho apartamento. Um cidadão, obedecendo ao GLOBO e a TV Globo, diz que o tríplex é meu. É uma situação sui generis. Quando terminar o processo, podem me dar o apartamento e a chácara.
O ex-presidente também criticou o Judiciário por agir, segundo pensa, pressionado pela mídia:
— Não se pode criminalizar qualquer pessoa pelas manchetes da imprensa. Os juízes tem medo de votar temendo as manchetes dos jornais. Nenhum pais será serio se um ministro da Suprema Corte, do TCU ou funcionário público tiverem de agir por conta de pressão da opinião pública.
Lula admitiu disputar a sucessão de Dilma:
— Se for necessário, se vocês entenderem que a manutenção do projeto corre risco, estarei com 72 anos e tesão de 30 para ser presidente da República.
AGÊNCIA O GLOBO
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