Espalhados em diversos blocos do campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, cartazes chamam a atenção de alunos, professores e visitantes com a frase 'meu bloco não é motel'. O apelo, segundo os estudantes, é para coibir a prática de atos sexuais nas dependências da unidade.
Um dos que apoia a ação é o estudante Râmero Mendes, de 27 anos. O jovem conta que ele mesmo havia feito um desabafo no Facebook reclamando de várias situações em que ele e colegas presenciaram alunos fazendo sexo dentro do campus em espaços como salas de aula e até no Parque Zoobotânico da universidade.
A Ufac informou que vai abrir um processo administrativo para verificar a veracidade da denúncia. Caso os fatos sejam comprovados, a universidade deve tomar medidas cabíveis conforme determinado no regimento do órgão.
A Ufac destacou ainda que vai tomar todas as providências necessárias para que os espaços de ensino não sejam usados para esses fins. Segundo a universidade, os alunos que quiserem denunciar casos como esses podem procurar a coordenação dos cursos ou entrar em contato através da ouvidoria.
O autor dos anúncios não foi identificado, porém, Mendes, que é solista da orquestra da Ufac diz quem são muitos os colegas que reclamam da situação em diversos blocos do campus.
"As pessoas estão achando que a Ufac é um motel. Os locais, como as salas individuais, são disponibilizadas para que os alunos estudem, mas imaginem só entrar no local e encontrar alunos no meio de uma relação sexual? Isso não pode. Por causa dessa postagem a gente descobriu que isso acontece na Ufac inteira, não apenas no meu bloco", lamenta.
Aluno pede câmeras e maior fiscalização
Para o aluno, a instalação de câmeras nas salas individuais e maior fiscalização em locais de difícil acesso são algumas das medidas que deveriam ser tomadas pela Ufac para impedir que os alunos façam sexo na universidade.
"Os guardas ficam externamente e não vão dentro do bloco. Querem que a gente procure a polícia e vigilantes, mas o meu trabalho na Ufac é somente estudar. Essa contrapartida tem que vir deles. Eu, como aluno, preciso me sentir seguro no meu bloco. Essa questão do sexo é uma questão de moral e violência visual, eu não gosto de ver essas coisas", destaca.
O estudante afirma ainda que já fez uma denúncia formal e que vai continuar a denunciar os casos de sexo e locais de ensino da Ufac. "Eu chego no bloco que foi disponibilizado para que eu estude e encontro esse tipo de situação. Reclamaram, disseram que se eu interrompo o ato dos outros alunos estou tirando o livre arbítrio da pessoa, eles é que estão tirando a minha liberdade de estudar", finaliza.
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