Assumir ser gay não é uma tarefa fácil. Além de conviver com o preconceito nas ruas, uma das batalhas de quem decide encarar de frente a sexualidade está dentro de casa. A violência domestica contra LGBTs é uma das realidades da homofobia, e faz várias vítimas diariamente pelo Brasil e mundo. Nesta semana, um caso ocorrido em São Paulo chamou a atenção, e rivalizou nas redes sociais. Um adolescente de 17 anos relatou ter sido agredido pelo próprio pai logo após se assumir gay, na última sexta-feira.
Segundo o jornal Extra, o adolescente que morava com o pai, a madrasta e três irmãos: de 4, 6 e 11 anos; no bairro do Grajaú, na Zona Sul da capital paulista, preferiu não registrar um boletim de ocorrência contra o pai. Ainda segundo a publicação, o jovem conseguiu fugir das agressões, pulando de uma sacada da casa, que tem pelo menos três metros de altura. Na queda, o rapaz teria quebrado uma das mãos.
Logo após a sequência de agressões do pai, o rapaz decidiu desabafar em uma rede social e contou o que teria acontecido com ele. "Meu próprio pai me espancou pelo fato de que minha sexualidade não condiz com os princípio, fundamentos e conceitos de sua criação. Eu nunca pensei que esse tipo de absurdo chegaria a acontecer comigo", disse. Ainda na publicação, o adolescente afirmou que "gay também tem sentimento, gay também tem emoções, gay também precisa de humanidade". Por fim o adolescente disse que "o preconceito, a discriminação, a homofobia" havia lhe acertado "como um dardo", mas que isso para ele não seria problema, "porque toda a dor e todo hematoma que não pode ser purificado com a água vai se esvair".
Até a manhã desta quarta-feira, quase uma semana após o crime, a publicação já tinha ultrapassado a marca de 21 mil curtidas, quase 2 mil compartilhamentos e centenas de comentários. A reportagem entrou em contato com os dois Conselhos Tutelares da região do Grajaú, e foi informada que, até a manhã desta quarta-feira, não havia recebido nenhuma denúncia de agressão do jovem de 17 anos. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também foi procurada e informou que não recebeu nenhum pedido de investigação sobre o caso. No entanto, a pasta afirmou que iria apurar com a delegacia do Grajaú, para verificar se houve registro de ocorrência. O órgão informou ainda que poderá investigar as agressões sofridas pelo rapaz.
Fonte: IG
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