Depois de nomear um promotor para o Ministério da Justiça e ver a indicação gongada pelo Supremo Tribunal Federal, Dilma Rousseff cogita remanejar Jaques Wagner para a pasta. O atual ministro da Casa Civil não é formado em Direito.
Aliás, Wagner não tem curso superior completo: cursou Engenharia na PUC do Rio de Janeiro, mas deixou o curso antes de concluir. Caso se confirme a ida de Wagner para a Justiça, será o primeiro titular da pasta — o ministério mais antigo do Brasil — a não ser formado em Direito pelo menos desde a redemocratização, no governo José Sarney.
O inusitado da situação parece não ter escapado ao radar do habilidoso Wagner: a interlocutores, o ministro disse nesta noite que “sem chance” de ele ir para a pasta.
A Casa Civil sob os governos do PT virou uma usina de escândalos.
De lá saíram, sob acusações, José Dirceu, depois condenado no mensalão e agora preso novamente após ser denunciado na Lava-Jato; Erenice Guerra, que foi demitida na campanha de 2010 sob acusação de favorecer parentes e amigos em lobby no governo, e Antonio Palocci, demitido após a revelação de que seu patrimônio quadruplicou graças a recebimentos de uma empresa de consultoria entre 2007 e 2010.
Se Lula for mesmo nomeado para a pasta, a mais importante do Palácio do Planalto, além da clara sobreposição de poder do padrinho sobre a presidente, será inaugurado um novo padrão: o do ministro que já é nomeado respondendo a acusações.
COLUNA RADAR/VEJAONLINE
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