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Enviado por alexandre em 15/03/2016 08:51:10

Relação entre PT e PMDB foi se esfacelando, diz Jucá

Postado por Magno Martins

Criticado por senadores do PT sobre o recente posicionamento do PMDB em relação ao governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que a vinculação entre os dois partidos "foi se desconstruindo" e "se esfacelando" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Recém-eleito vice-presidente da legenda, o senador disse ainda que o PMDB faz parte da administração do país, mas não tem "nenhuma ingerência sobre a política econômica do governo" que para ele, "é algo que está destruindo o país".

"O PMDB tem procurado ajudar o governo. [...] O que nós temos que ver é o seguinte: da eleição para cá, esse processo de entendimento, de parceria foi se desconstruindo, ele foi se esfacelando", disse em discurso no plenário do Senado.

O peemedebista citou como exemplo o alijamento do vice-presidente da República Michel Temer da coordenação política do governo. "Há alguns meses, foi dito que haveria, de certa forma, um reengajamento do PMDB e que o vice-presidente Michel Temer iria coordenar a questão política do governo, tentar construir alianças, rever posições. Isso, depois de alguns meses, deu em água e deu em afastamento do vice-presidente Michel Temer dessas atividades", reclamou.

O senador fez a análise sobre a relação entre os dois partidos em resposta às críticas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). No plenário, a petista afirmou que o PMDB faz parte do governo e, portanto, deveria se unir à presidente Dilma Rousseff para apresentar respostas ao país.

"Vossa Excelência não se coloca nem como governo e nem como oposição. Diz que o PMDB vai ter uma postura de tentar ter saídas para o país, mas o PMDB é governo. [...] Não dá para ter uma posição distanciada, como se olhasse do outro lado, e isso fosse uma responsabilidade única e exclusiva do PT. Para o bem e para o mal, o PMDB está junto nessa caminhada, construiu o governo que temos aqui", disse Gleisi ao lembrar também que o PMDB ocupa sete ministérios e tem a vice-presidência da República.

Jucá afirmou também que a decisão do partido de analisar um eventual desembarque do governo apenas em 30 dias foi tomada para se debater a situação da legenda com "profundidade".

"Nós temos hoje um momento de extrema dificuldade, de relevância. A política é dinâmica. [...] Se o PMDB fosse oportunista, se o PMDB fosse precipitado, se quisesse fazer jogo de mídia, teria votado no sábado [na convenção nacional do partido] o afastamento e rompimento. Nós não fizemos isso porque nós agimos com consequência", disse.

Durante o pronunciamento de Jucá, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) protestou contra o processo de impeachment contra Dilma Rousseff por considerar que não há respaldo político e jurídico para que a petista seja retirada da presidência.

O petista acusou ainda o PMDB de fazer um "acordão" com o PSDB para se dar continuidade ao processo no Congresso e disse que um eventual governo Temer não resolverá a crise política porque seria um "governo fraco" com um programa econômico "de retirada de conquistas e direitos dos trabalhadores".

"Tem gente aqui em Brasília querendo se aproveitar da manifestação que foi grande para fazer acordão. Não tem base política e jurídica[para impeachment]. Pedaladas fiscais são uma forçação. Houve no governo Lula, Fernando Henrique Cardoso, e não é crime de responsabilidade. Tem gente em Brasília querendo se aproveitar do direito do povo. No esteio das manifestações têm gente querendo fazer um acordão de cúpula para afastar sem base legal a presidenta Dilma", disse o petista a jornalistas.

Lula diz à PF que nunca pediu dinheiro para seu Instituto

Postado por Magno Martins

Do Estadão

Em seu depoimento prestado para a Polícia Federal na Lava Jato no dia 4 de março, quando foi levado coercitivamente para depor por determinação do juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nunca procurou empresas para pedir dinheiro para os projetos da entidade.

“Não, porque não faz parte da minha vida política, ou seja, eu desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas”, afirmou o petista, investigado na Lava Jato por suspeita de ter utilizado sua entidade e suas palestras para receber propinas de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobrás.

Evasivo, o ex-presidente atribuiu a Paulo Okamotto, presidente do instituto, e aos quatro diretores – Clara Ant, Celso Marcondes, Paulo Vannuchi e Luiz Dulci – da entidade a responsabilidade por pedir recursos e cuidar dos projetos do Instituto Lula. Ele afirmou ainda que “não gosta” de participar das reuniões da diretoria de sua entidade “porque eu trabalho com a ideia que os diretores têm que ter muita autonomia com relação a mim”, afirmou o petista.

A movimentação financeira do Instituto Lula e da empresa de palestras do ex-presidentes LILS é uma das frentes de investigação da Lava Jato contra Lula. Segundo a força-tarefa, a maior parte do dinheiro que entrou no Instituto Lula e na LILS Palestras, entre 2011 a 2014, saiu de empresas do esquema Petrobrás: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC. Os investigadores apuram se teria havido repasses de propinas do esquema de corrupção por meio destes pagamentos.

Os investigadores informaram que no instituto, as empreiteiras foram responsáveis pelo ingresso de R$ 20,7 milhões de um total de R$ 35 milhões contabilizados. Na LILS, foram R$ 10 milhões.

Questionado sobre quem tem a função de pedir recursos para os projetos da entidade, o ex-presidente citou a direção. Os delegados da Polícia Federal, então, perguntaram quem era a pessoa específica responsável por pedir as doações. “Deve ser o tesoureiro e o diretor financeiro do instituto”, respondeu o petista.

“Quem são?”, indagou o delegado

“Hoje eu acho que é o Celso Marcondes, mas isso funciona como qualquer instituto, do Fernando Henrique Cardoso, do Sarney, do Bill Gates, do Bill Clinton, do Kofi Annan”, respondeu Lula, que afirmou ainda que a entidade não tinha diretor financeiro nos últimos oito anos.

Os delegados insistem no assunto e chegam a perguntar mais alguma pessoa no Instituto pedia recursos.

“Deve ter mais gente que pedia, aí teria que perguntar pra quem conhece”, respondeu o ex-presidente. O delegado, mais na frente do depoimento, questiona então quem seriam os diretores financeiros.

“O Paulo Okamotto, pode perguntar para o Paulo quem é que pedia”, disse o petista. Sem dar uma resposta objetiva, o ex-presidente afirmou ainda que “acha” que Okamotto pode pedir doações para a entidade e, ao ser questionado se já ouviu Okamotto comemorar ou mesmo noticiar o recebimento de doação para o Instituto, Lula disse apenas “não”.

Cunha pede que deputados fiquem em Brasília até sexta

Postado por Magno Martins

Interessado em iniciar o quanto antes o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou aos deputados, hoje, que eles podem ter que ficar em Brasília até sexta-feira. O Supremo Tribunal Federal (STF) responderá nesta quarta-feira aos questionamentos apresentados pelo Legislativo e Cunha quer dar início ao processo no dia seguinte.

Na manhã desta segunda-feira, Cunha enviou mensagem de WhatsApp informando que convocará reunião do colégio de líderes assim que o Supremo se manifestar. Os líderes de cada partido terão até o início de dia seguinte para apresentar os seus indicados para integrar a comissão que avaliará o pedido de impeachment, segundo texto de Cunha mostrado para a reportagem por um parlamentar que integra o grupo de deputados do PMDB no aplicativo de mensagens.

No texto, Cunha diz que os deputados devem se preparar para ficar em Brasília nesta quinta e, "talvez", também na sexta-feira.

"Assim que sair decisão do STF convocarei reunião de líderes e darei prazo de indicação até o início do dia seguinte", diz a primeira mensagem, encaminhada às 10h12. Logo em seguida, completa: "Estejam preparados para ficarem em Brasília na quinta e talvez na sexta".

Em nota, o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), disse ter conversado com Cunha e acertado com ele para que não haja sessão na Câmara nesta quarta-feira até o final do julgamento. De acordo com Paulinho, Cunha concordou com a ideia.

O recurso apresentado pelo presidente da Câmara questiona três pontos da decisão tomada pelos ministros do STF em plenário, no final do ano passado: os vetos à chapa alternativa e ao voto secreto para eleição da comissão especial e, por último, a decisão de dar ao Senado poder para rejeitar o processo de impeachment.

Eduardo Cunha combinou com partidos de oposição que, para acelerar o processo, deverá convocar sessões às segundas-feiras e sextas-feiras.

Rito

Eleita a comissão especial, em 48 horas são escolhidos o presidente e o relator da comissão. Em 15 sessões do plenário da Câmara, o parecer é votado no colegiado. Para que a sessão de plenário seja válida, ela precisa abrir com 51 deputados na Casa até as 14h30, de segunda a quinta-feira, e até as 9h30, às sextas-feiras.

Passadas as 15 sessões, o parecer é encaminhado ao presidente da Câmara, que faz sua leitura e encaminha o documento para publicação no Diário Oficial do dia seguinte. Quarenta e oito horas depois, o parecer é incluído na Ordem do Dia para votação aberta, com chamada nominal.

Se o parecer for pela aprovação do seguimento do processo, ele precisa ser aprovado por 342 votos (2/3 do total) para que o impeachment siga para o Senado. Em caso de rejeição do parecer favorável, está em análise na Câmara a possibilidade de se votar também por 2/3, a representação inicial, aquela apresentada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal.

Caso o parecer da comissão seja pela rejeição do processo, 342 deputados terão que votar contra o texto para que ele siga para a outra Casa.

O início do trâmite do processo de impeachment no Senado depende da decisão que será tomada nesta quarta pelo STF.

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