Ministro Wagner atira nas ruas e acerta na CUT
Postado por Magno Martins
Do Blog do Josias
É dura a vida do governo. O asfalto pede a saída de Dilma na maior manifestação da história do país e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) vem aos holofotes para dizer que “nunca tivemos uma manifestação tão produzida”. O auxiliar de Dilma rogou: “Não me venham falar também de espontaneidade”.
Na próxima sexta-feira, movimentos sociais e entidades sindicais como a CUT, braço e mão do PT nas arcas do imposto sindical, farão um “ato nacional contra o golpe”, em defesa de Lula e por mudanças na economia. Será uma manifestação 100% financiada pelo déficit público.
Em respeito à inteligência alheia, o ministro Wagner fica obrigado a retornar aos refletores para comentar o volume e a produção desse ato anunciado pelos aparelhos controlados pelo Estado petista. Pode começar explicando a diferença entre sociedade civil e sociedade organizada. Ou a distinção entre o público e a coisa pública.
Protestos foram produzidos e segmentados, diz Wagner
Postado por Magno Martins
Após reunião com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que as manifestações de ontem foram "expressivas", mas fez questão de ressalvar que tiveram público segmentado e que, em parte, foram produzidas por entidades empresariais e comerciais.
O ministro lembrou que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a rede de restaurante Habib's fizeram questão de fazer convocações para o protesto em São Paulo, que tornou-se a maior manifestação política da história da capital paulista. Segundo ele, diferente das Diretas Já, os protestos de domingo não foram espontâneos.
"Sem desmerecer a manifestação, mas não me venha falar em espontaneidade. Nunca tivemos um protesto tão produzido, pelo menos no grande centro de São Paulo", disse. "Foi uma manifestação grande, mas foi segmentada", acrescentou o ministro, citando pesquisa Datafolha segundo a qual o público do protesto na capital paulista teve em sua maioria perfil de alta renda.
O petista reconheceu, no entanto, que o poder de mobilização das manifestações "dá mais responsabilidade para quem está na condução do país" e observou que o clima político só vai melhorar para a presidente quando "mudar o humor" das pessoas em relação à economia.
"Não tem outro caminho. O bom ou mau humor das pessoas tem a ver com o bom ou mau humor da economia", disse.
Segundo ele, o governo federal terá de atacar em duas frentes. Na política, intensificando as articulações políticas com os partidos da base aliada para evitar a aprovação do pedido de abertura de impeachment da presidente. E na economia, buscando uma recuperação, mas adiantou que não há mágica a ser feita nesta área.
O petista ressaltou que as duas frentes serão conduzidas pela equipe econômica: dar fôlego aos Estados para investir com a renegociação das dívidas estaduais e tentar liberar recursos para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Em reunião de coordenação política, hoje, a presidente pediu aos ministros que acelerem também o anúncio de iniciativas da pasta, como o Minha Casa, Minha Vida 3, em uma tentativa de impor uma agenda positiva diante do agravamento da crise política.
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