Cláusula de sigilo atrasou homologação de delação de Delcídio
Por: Vera Magalhães
Teori: vaivém da delação foi culpa de cláusula
Teori: vaivém da delação foi culpa de cláusula
A demora do relator da Lava-Jato, Teori Zavascki, em homologar a delação de Delcídio do Amaral se deveu à cláusula de sigolo que o senador tentou incluir no acordo com o Ministério Público Federal.
Teori ficou irritado com o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concordar com a cláusula, como informou o Radar na última edição de VEJA.
Delcídio e seus advogados entendiam que a cláusula significava um acordo de não persecução penal. Ou seja: nada daquilo que Delcídio relatou seria revelado ou investigado durante o período da “quarentena”, algo com que Teori não concordou.
A delação foi devolvida para mudar a cláusula. Só quando Delcídio concordou com os termos novos ela foi oficializada.
Teori quis quebrar o sigilo dos depoimentos para evitar “vazamentos em partes” da extensa delação.
Ele também esperou para homologar o acordo nesta semana com medo de que as revelações do senador impulsionassem violência nas manifestações do último fim de semana.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, citado por Aloizio Mercadante na conversa com um assessor de Delcídio do Amaral, diz que não fala com o ministro da Educação desde 24 de março de 2015, quando ele ainda estava na Casa Civil.
A reunião teria sido para tratar da greve dos servidores do Judiciário.
Na conversa com José Eduardo Marzagão, Mercadante diz que poderia tentar interceder a favor de Delcídio junto ao presidente do Supremo.
O ministro Aloizio Mercadante mandou nota para a coluna contestando a informação segundo a qual afirmou que o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, difundiu a informação de que um vídeo falso mostrava uma das filhas de Delcídio do Amaral.
“É falsa a nota publicada no Radar na data de hoje. O senador Eunício Oliveira falou comigo indignado, em dezembro de 2015, sobre a campanha difamatória que atingia a família do senador Delcídio do Amaral, que estava preso”, diz a nota do ministro.
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“Eu jamais disse para quem quer que seja que o senador Eunício estava difamando a família do senador Delcídio. Ao contrário, a indignação do senador Eunício foi um gesto de solidariedade para com a família, assim como o meu. Somos homens públicos, de responsabilidade e que prezamos pela família”, afirma ainda Mercadante.
A transcrição do diálogo entre Mercadante e José Eduardo Marzagão, assessor de Delcídio, é a seguinte:
Aloizio Mercadante: Botaram uma menina sentada e outra mulher e disse que é elas. Cê vê que não é…
José Eduardo Marzagão: Não
Mercadante: O Eunício falou: é! Não é, gente, olha aqui!
Marzagão: Não, não é!
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