Vem aí o presidente 1%
Postado por Magno Martins
Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo
O Datafolha divulgou uma nova pesquisa para a corrida presidencial de 2018. Os principais pré-candidatos estão mal na foto. Aécio derreteu, Lula continuou a cair e Marina assumiu a liderança por inércia, sem sair do lugar.
O levantamento apresenta um paradoxo. De todos os nomes do principal cenário, o menos citado pelos eleitores é o que tem mais chances de assumir a Presidência. Estamos falando do peemedebista Michel Temer, que aparece com apenas 1% das intenções de voto.
Não se trata de apostar no cavalo azarão. Como vice-presidente, Temer é o substituto imediato de Dilma Rousseff, que está com o mandato em risco. Se o Congresso aprovar o impeachment, como parece cada vez mais provável, ele pode se sentar na cadeira até o fim de abril. Terá 75 anos de idade e mais dois anos e oito meses para governar o país.
Aliados do vice já começaram a escalar sua equipe. "Será um ministério surpreendentemente bom", disse o senador José Serra ao jornal "O Estado de S.Paulo". Derrotado em duas eleições presidenciais, ele quer assumir um cargo similar ao de primeiro-ministro. Se der certo, será mais um a governar sem votos.
O Datafolha também perguntou o que os brasileiros esperam de uma eventual gestão Temer. Só 16% acreditam que ele fará um governo ótimo ou bom. Para a maioria absoluta (60%), a administração será igual ou pior do que a que está aí.
O dado leva a outro paradoxo: sete em cada dez brasileiros apoiam o afastamento de Dilma, mas quase nenhum se empolga com o vice. É um cenário desalentador, porque a recessão não vai evaporar com o impeachment. Um presidente 1% seria capaz de nos tirar do buraco?
*
O governo escalou Paulo Maluf para defendê-lo na comissão do impeachment. Desta vez, ele não exigiu foto com Lula. Deve ter achado que não faria bem à sua imagem.
Dilma e Lula insistem na posse dele na Casa Civil
Postado por Magno Martins
Blog do Camarotti
A presidente Dilma Rousseff acertou na reunião da noite desta segunda-feira (21) no Palácio do Alvorada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a prioridade será tentar fazer com que ele tome posse como ministro-chefe da Casa Civil.
Antes do encontro, em conversa com aliados, Lula chegou a manifestar intenção de desistirdo cargo de ministro. “Estamos lutando pela posse dele”, informou ao Blog um participante do encontro no Alvorada.
A percepção no governo é que, agora, o desgaste político seria muito maior caso Lula desistisse de assumir o cargo de ministro.
Há, no entanto, o temor de que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a nomeação de Lula para o cargo possa demorar mais de uma semana. Na sexta-feira (18), o ministro do Supremo Gilmar Mendes suspendeu a nomeação. O governo receia que o tema não seja colocado na pauta do STF da próxima semana.
Antes do encontro com Dilma, alguns parlamentares do PT defendiam que Lula assumisse um cargo de assessor, para ajudar na coordenação política, ou mesmo que ficasse fora do governo coordenando informalmente a articulação política.
Como informou o Blog, há o reconhecimento de que, depois de reveladas as gravações de escutas telefônicas com ordem judicial, os aliados passaram a ter medo de conversar com Lula por telefone, o que dificultou as articulações políticas do ex-presidente para conter o processo de impeachment de Dilma na Câmara.
|